Venom 3 é melhor que Coringa 2 e eu te digo os motivos

Venom 3 é melhor que Coringa 2 e eu te digo os motivos

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Venom é melhor que Coringa e os motivos não são os que você está pensando. A trilogia do simbionte mais desquerido chega ao fim e entrega uma produção honesta. Venom é sincero pela primeira vez em seis anos e isso faz com que ele tenha tido um crescimento. Ao contrário do palhacinho de Gotham que realmente enloqueceu de vez.

A intenção aqui não é falar bem de Venom, mas destacar algumas questões que tem gerado debates calorosos na internet. Entre produção de um filme e a forma que se vende ele há todo um caminho de expectativa que é gerada ao consumidor, e por mais que o resultado da produção seja bom, uma venda por enganação cria problemas.

Ainda não entendeu o ponto aqui? Veja bem: Venom foi/é sincero ao se entregar (finalmente) ao que ele realmente é, uma galhofa total, uma piada boba e insignificante dentro do universo de origem dele. Já Coringa, vendeu um relacionamento esperado pelos fãs, um fanservice que não foi bem entregue, sem contar que renega sua própria base de nascimento: como ele não quer ter nada a ver com os quadrinhos se ele veio de uma HQ?

Para deixar ainda mais claro, Coringa: Delíro a Dois, tem uma Arlequina que poderia ter tido qualquer outro nome e um Harvey Dent que poderia ter sido qualquer outro personagem (ou seja, fanservice mal feito). Além disso, Todd Phillips disse que não queria ter nada a ver com as histórias em quadrinhos. Há quem diga que o desejo dele era desfazer o efeito que foi criado com o primeiro longa, que gerou certa veneração pelo palhaço doido.

Um filme não comercial não pode entrar no roteiro comercial

Se você está por dentro de todo delírio a muitos que Coringa conseguiu criar na internet já deve ter notado que esse texto está cheio de argumentos que estão sendo usados. Um deles é dizer que esse filme foi feito para fugir da rota comercial de Hollywood.

Como isso é possível se ele é um filme tão industrial quanto os outros? Ou seja, é uma produção Hollywoodiana, e não um cinema cult, independente, ou algo do tipo.

Há muito sendo dito sobre Coringa ser uma resposta. Em verdade, há quem diga que ele é para ser muitas respostas: quem venera o vilão, a indústria cega por dinheiro e por aí vai. Mas na verdade, se há muito que ser explicado e justificado, há um problema aí.

O palhaço de Gotham ressurge com vergonha da origem, com vergonha de ser quem é, se justificando muito e isso é problemático. Vilão é vilão e se alguém se identifica com isso não é um segundo filme que vai resolver o problema. Favor não confundir isso com a origem/pano de fundo do personagem, isso é bem feito lá primeiro filme. O ponto é tentar se separar de onde ele surgiu realmente. Se não fossem os quadrinhos não haveria nem essa discussão toda.

E nisso Venom ganha do Coringa

Após dois filmes tentando se esconder do que é e se propõe, Venom finalmente entendeu seu lugar no mundo e principalmente sua missão: ir embora.

Nos dois primeiros filmes da triologia eles tentam flertar com o terror e o horror, mas ficam no vácuo do ruim. E pior, renega sua origem base. Mas vencido o problema da adaptação (afinal sempre será um personagem não vilão e sem Homem-Aranha), chegar ao terceiro filme sem amarras e mostrando que não é nada mais que aquilo ali é a medalha de ouro. É sobre reconhecer seu próprio lugar.

Você é livre para gostar ou não de tudo

Assim como há liberdade para discussões, há também para os gostos. Partindo para primeira pessoa, gosto muito de Homem-Aranha 3, aquele que também tem Venom, até tento argumentar porque acho uma boa história, mas isso não retira o fato de que consigo reconhecer os erros e problemas do filme.

Não precisa justificar porque você gosta de Coringa 2. Se o filme te cativou tá tudo bem. O que não vale são argumentos cada vez mais mirabolantes para dizer que a produção foi certa em fugir de tudo que trouxe anteriormente e, pior, renegar a própria história base.

E se gosta de Venom, lamento muito….

Brincadeiras a parte, o personagem acaba sendo carismático e permite qualquer pessoa aberta a experiência se divertir um pouco.

Para fechar, a ideia aqui é apenas refletir. Não sobre o que gostamos ou não, afinal isso não precisa de justificativas. Mas achar um senso crítico diante do que vemos e até mesmo afeiçoamos, sem cair nas armadilhas que a própria indústria do cinema cria.

Foto destaque: steveo-hart

Sobre o Autor

Ana Cláudia Oliveira
Jornalista de formação, sou redatora há 10 anos. Já escrevi de tudo um pouco e agora estou mergulhando no universo do entretenimento. Há muito o que se descobrir por aí e é através da comunicação que quero fazer isso: this is the way!

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