Review | O Visconde Que Me Amava

Review | O Visconde Que Me Amava

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As vezes encontramos o amor nos lugares (e pessoas) mais inesperados. Acredito que essa frase resume bem O Visconde Que Me Amava, segundo livro da saga Os Bridgertons, sobre o qual falaremos hoje.

Dessa vez acompanhamos a história de Anthony, o mais velho dos irmãos Bridgerton. Ao perceber que seus 30 anos se aproximam ele decide que é hora de largar a vida de libertino e arranjar uma esposa. Ao mesmo tempo, as irmãs Sheffield chegam à Londres; Edwina, a caçula, linda e encantadora, desejada por todos e Kate, a mais velha, que é, para a maioria, é apenas a bruta irmã mais velha de Edwina e nada mais.

Quando se conhecem, Anthony decide que a mais nova será uma excelente esposa, mas o que ele não esperava, é que precisaria obter a aprovação de Kate para que o casamento fosse em frente. Então, em meio a comentários irônicos, deboche e piadas sarcásticas, o ódio mútuo que eles sentem vai se transformando em um sentimento de desejo e afeto, onde mal conseguem ficar muito tempo longe da presença um do outro.

Assim como em O Duque e Eu, temos aqui outra dinâmica de relacionamento bem conhecida (e, pessoalmente minha favorita), enemies to lovers, onde duas pessoas que se odeiam aprendem a se amar ao longo do caminho. O mais engraçado é que quase sempre as únicas pessoas a não perceberem de cara o quanto se gostam são os enemies mesmo.

Mais uma vez, o que te prende à história é querer saber como ou quê levará eles a ficar juntos, porque desde o começo você já sabe aonde tudo aquilo vai acabar. Talvez isso seja algo recorrente de toda a saga. Particularmente não me incomodo com isso. É bom saber, ou pelo menos deduzir, que os finais felizes são garantidos, mas, pode ser que você não curta tanto a ideia.

O desenrolar da relação dos dois é bastante divertida de se acompanhar. Por estarem sempre se provocando, as interações entre eles são quase sempre muito leves e engraçadas de ler. Por outro lado, a obra também trata de assuntos mais sérios e até mesmo filosóficos, como a morte e a brevidade da vida. Ambos protagonistas tem experiências bem traumáticas com o assunto, o que faz com que eles partilhem sentimentos e momentos um com o outro que jamais foram capazes de fazer com mais ninguém.

O fato de os dois serem tão parecidos sempre gera algum embate. Isso acontece, em grande parte das vezes, porque Kate não tem medo de usar sua voz e contrariar Anthony quando acha necessário. Ela não é uma moça delicada e sempre educada como as outras e isso só faz com que ele se encante cada vez mais por ela, mesmo que negue a si mesmo constantemente.

Também é muito bom conhecer um outro lado de Anthony. Ele que sempre se diz um homem maduro, responsável e prático, mostra que também pode ser sensível, carinhoso e atencioso, algo que surpreende muito a Kate, que o julgava como bruto e insensível muitas das vezes.

O peso que os traumas do passado trazem na vida dos personagens é recorrente no encaminhamento de toda a trama. A forma como tais acontecimentos influenciam no modo de viver e de pensar deles nos faz refletir sobre o quanto ignorar feridas do passado podem prejudicar a nós mesmos, além das pessoas em nossa volta. Uma lição um tanto quanto importante a se levar pra fora das páginas, diga-se de passagem.

Diferentemente do primeiro livro, temos algumas interações a mais com personagens secundários, mas nada que tire o foco da trama principal, é claro. Kate tem algumas cenas bem legais com Eloise, uma das irmãs de Anthony, e com Penelope Featherington, uma grande amiga da família Bridgerton. Fica aqui também uma menção honrosa ao cachorrinho Newton, que tem aparições rápidas, mas (quase) sempre fofas, engraçadas e caóticas.

Sobre a famosa colunista Lady Whistledown, seus comentários seguem presentes no começo de cada capítulo. Ainda não temos uma grande revelação de sua identidade secreta, porém, o livro te dá pequenas pistas sobre quem ela possivelmente é. Mas será que é verdade? Será que são pistas falsas? Só provavelmente descobriremos nos próximos livros.

No mais, O Visconde Que Me Amava consegue ter uma história ainda mais envolvente e profunda do que a de seu antecessor. A obra é recheada de momentos muito divertidos e tocantes, o que faz com que você se apaixone cada vez pelos protagonistas e por sua jornada juntos. Pessoalmente, gostei mais deste do que do livro 1.

(ps.: cuidado com as abelhas!)


Os Bridgertons – O Visconde Que Me Amava

Autora: Julia Quinn
Ano de publicação: 2000
Páginas: 304
Gênero: romance
Nota:⭐⭐⭐⭐ (4/5)
Classificação indicativa: 16 anos

Sobre o Autor

Luane Mota
Luane Mota
Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.

3 comentários sobre “Review | O Visconde Que Me Amava

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