Review | A Caminho do Altar
Despedidas sempre me deixam com sentimentos confliantes. Fico feliz quando há um fim satisfatório, mas triste por um ciclo se terminar. Apesar de A Caminho do Altar, oitavo livro da saga Os Bridgertons, não ter nada a ver com esse tema, foi com essa sensação que concluí a leitura dessa deliciosa saga. Agora, vamos para a review da história de fato.
Gregory Bridgerton é um homem apaixonado pelo ideia do amor romântico. Tendo visto seus seis irmãos mais velhos e sua irmã mais nova viverem casamentos muito felizes, ele não via outra opção a imaginar que o mesmo aconteceria consigo, então, o jovem espera pacientemente por esse dia. E quando ele avista Hermione Watson tem certeza de que encontrou seu grande amor. Porém, o único problema é que Hermione está apaixonada por outra pessoa e não tem olhos para Gregory.
Quando Lady Lucinda, a melhor amiga de Hermione, fica sabendo disso, decide ajudar Gregory na sua empreitada de conquista já que ela não acredita que a paixonite de sua amiga é o mais ideal dos pretendentes. No entanto, em suas falhas tentativas de ajuda, é Lucy quem se apaixona pelo rapaz. E agora? Será que ele vai perceber a tempo que a pessoa ideal é aquela quem ele menos espera ser?
Diante de todas as histórias já contadas ao longo da saga posso dizer que essa seria um tipo de romance “clássico”, onde os personagens se apaixonam perdidamente e precisam enfrentar uma série de dificuldades antes de finalmente estarem juntos. Essa também é a história em que os protagonistas se envolvem emocionalmente um com outro mais rápido do que em qualquer outra na série, onde geralmente a atração é o ponto de partida para o desenvolvimento. Muito disso se dá graças ao próprio Gregory, que é sonhador, intenso e se entrega aos sentimentos com tudo, por mais que em certo momento ele se desiluda e tente negar essa parte de sua natureza, mesmo que rapidamente.
E falando nele, que bacana foi finalmente conhecer quem é Gregory Bridgerton. O personagem sempre foi, sem dúvidas, o mais apagado dos irmãos, não estando presente na maioria dos livros. Ele tem uma pequena participação em Um Beijo Inesquecível, mas ali não conseguimos ter dimensão de quem ele realmente é. Aqui a personalidade é mais explorada, tendo sua principal característica o espírito romântico incorrigível. Um dos poucos homens da saga que não é conhecido por ser um grande libertino, Gregory é daqueles que cometeria loucuras (e realmente comete) em nome do amor. Além disso, pelo fato de ser o mais novo dos irmãos, ele sente que sempre precisa provar que já é um homem capaz de tomar suas decisões e de que não precisa de ajuda para nada. Em certo momento da trama ele é confrontando com relação a isso e a partir daí sua visão sobre si próprio muda, fazendo com que ele saia de sua zona de conforto.
Nossa mocinha, Lucy, é uma personagem de coração imenso, sempre colocando a felicidade daqueles que ama em primeiro lugar. Apesar de essa ser uma atitude um tanto nobre, isso faz com que ela sacrifique sua própria felicidade e não se permita sequer sonhar com aquilo que ela realmente lhe faria feliz. Lucy também é muito prática, racional e, ironicamente, diz não acreditar nesse amor avassalador que tanto Gregory quanto Hermione vivem lhe contando. Quando ela se percebe apaixonada é que começa a entender do quê eles tanto falavam. Ela é uma pessoa divertida, inteligente, honrada e até um pouco “esquisitinha”. De vez em quando fala sozinha e é muito metódica e organizada (me identifico bastante, devo dizer).
Surpreendentemente, a obra tem uma série de reviravoltas, os famosos plot twists. Do meio pro final, mas, especialmente nos últimos 5 capítulos, muitas coisas de tirar o fôlego acontecem. De fato, acho que essa foi a única história da saga que conseguiu me deixar em dúvida se tudo se resolveria no final. São tantas viradas, tantas revelações, tanto sufoco! Meu coração quase parou de tanta agonia. Essa característica me fez lembrar bastante de Os Segredos de Colin Bridgerton, quarta obra da saga, que também me deixou com o coração pulando. Além desse aspecto, a forma como a história se desenrola e o jeito “emocionado” de agir de Gregory também me lembraram o livro 4.
Outro aspecto da trama que particularmente me agradou bastante foi a participação de vários membros da família Bridgerton. Kate, cunhada de Gregory, está ativamente presente em toda a primeira metade da história, além de termos as aparições de Anthony, Hyacinth, Colin e Violet. A família está sempre envolvida para ajudar a trama principal se desenvolver, servindo como “escada” para o funcionamento de tudo. É sempre bom saber que todos eles ainda estão lá, vivendo suas vidas e participando quando necessário.
No mais, A Caminho do Altar é um livro fofo, divertido, surpreendente e que te põe pra repensar o conceito de “amor a primeira vista”. Não é a melhor obra da saga, mas a fecha de forma apaixonante, dá aquela sensação de coração quentinho e de que o amor está a espreita, basta sabermos enxergar onde encontrá-lo.
Os Bridgertons – A Caminho do Altar
Autora: Julia Quinn
Ano de publicação: 2006
Páginas: 320
Gênero: romance
Nota:⭐⭐⭐💫 (3,5/5)
Classificação indicativa: 16 anos
Sobre o Autor
- Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.
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