Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya – O Começo – Crítica

Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya – O Começo – Crítica

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Cavaleiros do Zodíaco é o meu anime preferido. Cresci assistindo as aventuras de “Seiya e os outros” na televisão, acessando ao site Cavzodiaco quando internet ainda não era algo tão inerente ao nosso cotidiano e tenho um lugar muito especial no meu coração e na minha vida a essa obra criada por Masami Kurumada e que fez tanto sucesso no Brasil antes mesmo do meu nascimento.

Quando saiu o anúncio de um filme em live-action de Cavaleiros do Zodíaco, a reação foi de espanto. Por que adaptar para um filme com atores um anime que há muito tempo não está nos holofotes? As mais recentes tentativas de trazer CDZ a um novo público não foram muito bem aceitas, vide a recepção negativa à saga Ômega, aos derivados Alma de Ouro e Saintia Shô, além do filme A Lenda do Santuário e o remake em 3D da Netflix/Crunchyroll.

Mas, a chance foi dada. Os trailers chamaram atenção não tanto por qualidade, mas pelas possibilidades que poderia trazer. E quando a estreia nos cinemas chegou, não posso dizer que fiquei decepcionado. Afinal de contas, já esperava um resultado que não seria dos melhores. E realmente não foi.

Na trama, Seiya é um jovem que foi separado da irmã na infância e desde então vive em combates em ringues ilegais para sobreviver. A ideia é até uma boa forma de adaptar o início do mangá/anime e fazer referência às lutas da Guerra Galactica, mas na prática não foi bem feito. A ambientação do filme, de forma geral, é péssima. Não há citação a nome de cidade, ano, as ruas são vazias, as cenas de perseguição e uso de naves (?) esbarram no baixo orçamento.

Seiya aqui é vivido por Mackenyu, um ator que tem um visual que encaixa bem com o personagem. Mas senti falta de alguns traços da personalidade que fez o protagonista de Saint Seiya ser tão especial. Ele, no filme, é “recrutado” por Alman Kido (Sean Bean) para ser o protetor de Saori/Sienna (Madison Iseman).

Entramos no terreno das escolhas genéricas. Seiya aqui é o escolhido e não aquele que treinou por anos no Santuário da Grécia (que sequer é mencionado no filme, diga-se de passagem) para obter a armadura de Pégaso. Uma escolha de simplificar as coisas, mas que tira o peso da obra original.

Vi muitos fãs de CDZ defendendo ir de mente aberta ao filme, evitar comparações e coisas do tipo. E até fiz isso, mas ainda assim o resultado não agradou. Falta, acima de tudo, alma. A essência até está lá, ainda que diluída em meio às mais tenebrosas escolhas feitas para tornar o material mais hollywoodiano, mas falta alma.

Isso, para mim, fica evidente nas terríveis motivações dos vilões, na apresentação baixo da ideal do personagem Ikki (Diogo Tinoco) e principalmente nas armaduras. Além disso, faz muita falta a ausência dos outros cavaleiros de bronze no filme ou até mesmo uma breve citação para aquecer o coração dos fãs.

A minha experiência com Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya – O Começo não foi das mais agradáveis. Sou justo em dizer que o filme não é a maior porcaria de todos os tempos e não pode ser comparado com o fatídico Dragon Ball Evolution, pois aquilo sequer pode ser chamado de filme. Mas também não é bom. Fica longe disso.

Há espaço para que uma sequência evolua e conserte os defeitos? Há sim! O próprio remake em 3D fez isso, com uma segunda temporada superior à primeira. Mas os ‘estragos’ iniciais já foram feitos e alguns deles não podem ser simplesmente ignorados.

Resta ver o desempenho de bilheteria do filme. Se for minimamente razoável, acredito que veremos mais desse universo. E se isso acontecer, que realmente mostrem o universo de Cavaleiros. Explorem os temas, os locais, os visuais, a ALMA. Cavaleiros do Zodíaco precisa e merece estar mais em evidência, porém do jeito certo. E não foi esse live-action que conseguiu isso. Uma pena, infelizmente.

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

Um comentário em “Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya – O Começo – Crítica

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