Crítica | The Bear (3ª temporada)

Crítica | The Bear (3ª temporada)

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Em sua terceira temporada, The Bear se permite experimentar. Com história e personagens já completamente consolidados e com o público conhecendo suas personalidades e anseios, o criador, diretor e roteirista Christopher Storer utiliza alguns episódios deste terceiro ano para colocar o pé no freio e possibilitar verdadeiras experiências sensoriais.

Amanhã, episódio que abre a temporada, coloca o espectador diante de mais de 30 minutos de imagens, sons e momentos não-lineares sem praticamente nenhum diálogo. Em uma série com menor desenvolvimento de personagens e trama tão bem construída, isso seria uma perda de tempo gigantesca. Mas The Bear, como disse anteriormente, se permite dar esse respiro para experimentar coisas novas antes de voltar ao caos que é a cozinha do restaurante de mesmo nome da série, que também representa o estado mental do seu protagonista.

Carmy (Jeremy Allen White) molda sua vida em busca da perfeição. Até quando tudo parece estar maravilhoso, para ele há motivos de encontrar o que mudar, o que alterar e até mesmo o que deixar tudo para trás e reiniciar. A lista de não negociáveis e o estado de constante pressão que a cozinha do restaurante vive em seus primeiros meses de funcionamento representam de maneira simbólica e em tela, para nós, como está a cabeça do segundo irmão Berzatto.

Sydney (Ayo Edebiri) também tem muito desenvolvimento. Ela é o ponto de sanidade e que ainda mantém o The Bear em pé mesmo com tanto caos e ansiedade. No entanto, ela não é de ferro e uma proposta para comandar a cozinha de um novo restaurante permeia o arco da personagem durante toda a temporada. Uma cena no episódio final deste terceiro ano coloca a personagem em quase seu limite. E o que fica para ela é: abrir mão do que construiu até aqui e iniciar uma nova jornada ou seguir em frente para um novo desafio?

Tina (Liza Colón-Zayas) e Sugar (Abby Elliott) são as personagens que ganham nessa temporada episódios focados em suas histórias individuais e esses são os melhores capítulos da temporada. Por outro lado, senti falta de ver mais de Richie (Ebon Moss-Bachrach), o destaque do segundo ano da série e que aqui fica mais em segundo plano.

As experimentações e diferentes nuances apresentadas, além de uma importância ainda não justificada para o relacionamento entre Carmy e Claire (Molly Gordon), são os principais pontos de crítica da temporada, que também peca por não registrar um momento memorável como as temporadas anteriores colecionam aos montes.

Podemos sim dizer que é a temporada menos empolgante de The Bear, e mais fraca que as anteriores, mas a série possui um nível tão elevado que não se deixa cair a ponto de merecer ser duramente criticada. Temos as principais tramas encaminhadas para um possível final épico. Tomara que seja tão gostoso quanto os pratos servidos no restaurante The Bear.


The Bear (O Urso) – 3ª temporada

Showrunner: Christopher Storer
Elenco: Jeremy Allen White, Ebon Moss-Bachrach, Ayo Edebiri, Lionel Boyce, Liza Colón-Zayas, Edwin Lee Gibson, Corey Hendrix, Abby Elliott, Jon Bernthal e mais.
Ano: 2024
Episódios: 10
Nota: ⭐⭐⭐ (3/5)

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

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