Crítica | Bridgerton (1ª temporada)
Baseada na famosa franquia de livros Os Bridgertons, a série Bridgerton chegou à Netflix em dezembro de 2020. O primeiro ano adaptou o primeiro livro escrito por Julia Quinn, O Duque e Eu. E, posso dizer que a série foi uma grata surpresa em sua primeira temporada.
A história é a seguinte: Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), a primeira filha da viúva Violet (Ruth Gemmell), debuta na sociedade londrina e está em busca de um marido. Após ser nomeada a Diamante da Temporada, ela passa a atrair a atenção de diversos pretendentes, mas todos são afastados por Anthony (Jonathan Bailey), o irmão mais velho e Visconde Bridgerton. Então, ela conhece Simon Basset (Regé-Jean Page), o Duque de Hastings. Ele não tem interesse em casar, mas desenvolve uma relação de amizade com Daphne. Eles decidem então fingir interesse um no outro para assim afastar as pretendentes de Simon e fazer Daphne ser mais desejada pelos homens da Alta Sociedade. Mas, é claro que esse fake dating vai desenvolver para uma história de romance.
Leia também – Review do livro O Duque e Eu
Liberdade criativa
Apesar de representar um período no tempo mais antigo, por volta dos anos 1800, Bridgerton tem a liberdade criativa de desenvolver alguns traços que a afastam da realidade. Mas não tem problema, pois não se trata de uma série documental ou baseada em fatos, mas que utiliza alguns deles como plano de fundo de sua trama. Se não fosse isso, não teríamos a presença de tantos personagens negros em papeis de destaque, inclusive a Rainha da Inglaterra (Golda Rosheuvel), tantas roupas coloridas e bailes ao som de músicas famosas da nossa realidade.
Essa liberdade criativa é um dos pontos altos de Bridgerton, que permite misturar uma série de época com elementos mais atuais, deixando a série uma delícia de assistir e principalmente de facilitar a identificação com a história. Claro que há ainda situações que representam a forma de pensar da época, até para fazer a trama andar (como os casamentos forçados ou a pouca possibilidade de escolha para as mulheres).
Um romance muito bem construído
A história de amor entre Daphne e o Duque é muito bem escrita, nos fazendo acreditar no romance dos dois (e nos deixando loucos para que eles fiquem juntos logo). Desde o início, quando estão fingindo para a sociedade até quando a amizade vai se desenvolvendo e se tornando amor, não há nada a criticar na construção dos dois personagens.
Daphne, como a primeira filha da família a debutar na sociedade e buscar um marido, segue os passos da mãe Violet e quer um casamento por amor. As descobertas que ela faz enquanto cresce como mulher e como protagonista na série guiam o público na entrada deste universo. O contraponto é Simon, que já mais experiente, não quer casar e tem motivos para isso vindos do seu passado. Ele também passa por um ótimo desenvolvimento, ainda que nele eu acredite que faltou um pouco mais na hora da virada de chave do seu arco principal.
Queridos e gentis leitores
A principal história de fundo de Bridgerton é a misteriosa Lady Whistledown e suas crônicas da sociedade. São os panfletos dela que praticamente abrem, desenvolvem e fecham todos os episódios. Essa escolha, de ter praticamente uma narradora dentro da série, faz os episódios serem mais dinâmicos, além de dar uma pontinha de mistério a uma produção que não necessariamente demandaria desse artifício. E que bom que teve!
No final, a revelação faz total sentido — ainda mais para que não leu os livros. Durante os episódios, várias pistas falsas são sendo colocadas, mas assistindo uma segunda vez já dá para “matar” o mistério com mais facilidade.
Um sucesso justificado
Bridgerton foi um sucesso absurdo em sua primeira temporada, agradando tanto seu principal público-alvo, como até pessoas que geralmente não parariam para assistir a uma série deste formato. Este primeiro ano foi indicado ao Emmy de melhor série dramática e melhor ator em série dramática, mostrando que merecia mesmo reconhecimento.
Como iniciei este texto, uma grata surpresa que gerou uma franquia de muito sucesso e muitos fãs à Netflix. E tudo isso graças à essa excelente primeira temporada.
Leia também:
Crítica da parte 1 da 3ª temporada
Crítica da parte 2 da 3ª temporada
Bridgerton (1ª temporada)
Showrunner: Chris Van Dusen
Ano: 2020
Elenco: Phoebe Dynevor, Regé-Jean Page, Jonathan Bailey, Nicola Coughlan, Adjoa Andoh, Ruth Gemmell, Polly Walker, Golda Rosheuvel, Luke Thompson, Claudia Jessie, Luke Newton e mais.
Episódios: 8
Disponível: Netflix
Nota: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)
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