The Flash (2023) – Crítica

The Flash (2023) – Crítica

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Para começar a falar sobre The Flash é preciso reconhecer uma coisa: é um milagre esse filme existir. Anunciado em 2014 junto com filmes como Batman vs Superman, Liga da Justiça e Mulher-Maravilha, o filme-solo do Velocista Escarlate demorou inacreditáveis nove anos para sair do papel e estrear nas salas de cinemas. Nesse tempo, o Universo Estendido da DC nos cinemas (DCEU) foi descartado, diversos diretores assumiram e abandonaram o projeto, uma pandemia global aconteceu e o protagonista, Ezra Miller, se envolveu em diversos escândalos e atitudes criminosas.

Dito isto, The Flash é me passa a sensação de que foi entregue “de qualquer jeito”. Uma vez que a Warner Bros Discovery já definiu um reboot total nos cinemas e TV, agora sob o comando de James Gunn, esse filme serve quase que como uma despedida do Snyderverso, ainda que tenhamos Aquaman 2 por vir em dezembro. Esse feeling vem da falta de polimento dos efeitos especiais, que em diversos momentos estão muito abaixo do que o orçamento de mais de 200 milhões de dólares poderia entregar, além de algumas das decisões tomadas pelo roteiro que parecem incoerentes e ilógicas.

Mas, diante da bomba que poderia ser, The Flash consegue divertir. Nem de perto é o “melhor filme de heróis já feito”, como dito por executivos da Warner que, em uma tentativa de promover o longa, talvez descalibraram as expectativas do público sobre o projeto. O famoso “tiro no pé”.

Ezra Miller entrega duas versões completamente distintas do mesmo personagem, e isso é um grande acerto. Não é segredo para ninguém que a trama do filme gira em torno da viagem no tempo feita por Barry Allen para impedir a morte de Nora, a mãe dele, o que é o seu grande trauma na vida. Enquanto o Barry mais velho cresceu sem a mãe, o Barry mais novo nunca passou por isso. E aí está a grande diferença entre os dois: a aceitação de aprender a lidar com um grande trauma.

Se não fosse um terceiro ato desastroso, tecnicamente e em questões de história, o filme poderia ter sido muito melhor. As aparições especiais guardadas a sete chaves (ou talvez nem tanto assim) conseguem animar a poucos, visto que outras escolhas atingiriam muito melhor o público. Se era para ser assim, seria melhor ter dedicado mais tempo à Supergirl de Sasha Calle e até mesmo ao bom retorno de Michael Keaton como Batman.

Os vilões do filme são fraquíssimos. A volta de Michael Shannon como Zod malmente registra em tela. E há uma outra ameaça presente no filme, a qual não vou dar spoiler neste texto, mas que deixa muito a desejar apesar de ser uma boa ideia com uma execução que fica abaixo.

The Flash desperdiça inúmeras oportunidades. Perde a chance de empolgar o público ao trazer os cameos certos, perde a chance de se despedir do universo de Zack Snyder de forma mais incisiva, perde a chance de ser realmente um filme marcante. Ficamos com um filme divertido, ok, na média. E nada mais que isso. Faltou querer ser mais, e potencial para isso o filme tinha.

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Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

2 comentários sobre “The Flash (2023) – Crítica

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