Sam Wilson ser o Capitão América faz sentido e você sabe disso
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Capitão América: Admirável Mundo Novo chega aos cinemas em fevereiro de 2025, mas desde muito antes, anos até, há um grande problema sinalizado por muitos: o Capitão América Negro. Ao menos é isso que os nerds/geeks conservadores por conveniência reclamam.
Em qualquer busca simples nas redes sociais é possível ver pessoas reclamando das mudanças em relação ao super herói, especialmente por conta da etnia, ou quando querem disfarçar os reais sentimentos dizem que é por ele nunca ter tomado o soro do super soldado.
Mas, tenho um segredo: nada disso é mudança na história. Tudo faz parte da adaptação nos quadrinhos e mantém o caminho que a Marvel trilhou para os personagens nos cinemas. Vamos analisar tudo isso!
Capitão América faz a passagem do manto
Na série Falcão e Soldado Invernal acompanhamos a jornada dos dois personagens que eram amigos de Steve Rogers. É possível ver o desenrolar dos fatos após o fim de Vingadores: Ultimato, quando o atual Capitão entrega o escudo para Sam Wilson, que até então era o Falcão.
No filme, já há o aceno para a jornada de cada herói:
- Steve Rogers se aposentou por isso queria passar o manto e entendia que Sam era a melhor escolha;
- Sam era o escolhido de Steve;
- Bucky, embora fosse o melhor amigo, o mais antigo, de Steve, ainda estava passando pelo processo de tratamento depois de ter sido arma da Hydra por longos anos.
Apesar do escudo ter sido entregue ao Falcão, pode ter ficado alguma dúvida, já que nos quadrinhos, Bucky também foi o Capitão América. Mas com a série e toda a narrativa construída ficou bem claro quais caminhos seriam seguidos.
Não é o soro que faz o capitão
Esse argumento é muito utilizado “ah o capitão sem soro”, “não tem problema ser negro, ele não tem o soro”, “essa não é a história dele, ele não tomou o soro”.
Caso não tenha reparado, ele não tomou o soro. Mas esse não é o ponto.
Agora é hora de ir mais distante, no primeiro filme do Capitão. Lembre do Steve franzino, fraco, mas com desejo de servir o país. Em um treinamento, quando ele já estava alistado, um dos líderes joga uma granada para teste e todos correm, menos o simples soldado, que se joga sobre a ameaça para proteção de todos.
Não acontece nada de grave, mas a cena chama atenção pelo o que não é dito. Steve sempre teve um bom coração, priorizava o que é certo a ser feito e colocava o bem estar dos seus em primeiro lugar.
Ao ser adicionado o soro em Rogers, ele ficou mais forte, resistente. Para por aí. O que fez dele o capitão ele já tinha antes, lógico que a força foi o motor para toda a história, mas não foi por ela que ele se tornou herói.
Inclusive, Bucky também tem o soro, mas não se tornou o capitão!
Se fosse o soro pelo, Bucky teria se tornado capitão independente da lavagem cerebral. Mas não. Todas as ações e investimentos da Hydra fizeram dele o Soldado Invernal.
Portanto, o soro é um acessório, uma parte, mas não o todo. Outro bom exemplo foi a tentativa frustrada do novo Cap branco representado pelo personagem John Walker. Ele bebeu o suco do amor, mas não ficou legal não.
“Mas nas HQs…”
Nas Histórias em Quadrinhos acontece a mesma coisa. Lógico que há mudanças nas adaptações, mas, na base central sobre passagem de manto a ideia é a mesma.
A questão é essa, trata-se de um manto, que pode ser passado para outras pessoas, desde que sejam compatíveis com a proposta.
Há quem diga também que Sam Wilson tem que ter as próprias histórias. Mas, ele está vivendo as histórias que foram feitas e adaptadas sobre ele. Portanto, não há nada de errado, não há nenhum problema aqui.
Se o filme for mal feito, tiver problemas de execução ou qualquer outra coisa do tipo, é outra conversa. Mas o papo de que Capitão América negro ou sem soro não existe é mentira e disfarça outras questões.
Sobre o Autor
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- Jornalista de formação, sou redatora há 10 anos. Já escrevi de tudo um pouco e agora estou mergulhando no universo do entretenimento. Há muito o que se descobrir por aí e é através da comunicação que quero fazer isso: this is the way!
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Ótimo artigo, com temas muito pertinentes a serem discutidos. O meio nerd/geek guarda muitos esteriótipos e problemáticas raciais, infelizmente. Continue com os textos, vc é ótima!
Muito obrigada, Rebeca, fique sempre por aqui <3