Review | The Last of Us 2×01 (Future Days)

Após dois anos de espera, a segunda temporada de The Last Of Us está entre nós. Baseada no jogo homônimo de Neil Druckmann, a produção da HBO retorna na mesma linha temporal do segundo game da franquia. Passados cinco anos após os acontecimentos da primeira temporada, somos apresentados a a comunidade de Jackson mais desenvolvida e aos desenrolares das decisões de Joel (Pedro Pascal) e os efeitos na jovem adulta Ellie (Bella Ramsey).
Ellie e Joel
Esse primeiro episódio, intitulado Future Days (Dias futuros, em tradução livre), tem como foco central a relação dos protagonistas. Além das mudanças em Jackson e das funções de cada, o grande destaque fica por conta do afastamento de Ellie com Joel. Irritada com a falta de clareza de Joel em relação a alguns temas, a jovem passa a ignorar o “pai adotivo” e se mostra mais inconsequente.
Por conta disso, são quase que extremos os dois. Enquanto Joel parece mais envelhecido, calmo e um dos administradores da comunidade, Ellie é o estereótipo da jovem complicada, que não mede as consequências de suas ações. O que também ocasiona a poucas interações entre ambos, elevando a tensão e a importância de cada diálogo.
Confira: Demolidor ainda é tão bom quanto na Netflix?
Ellie agora ganha uma amiga e interesse amoroso: Dina (Isabela Merced). Ainda que com poucos minutos, a relação é bastante natural e culmina em dois dos momentos mais marcantes do episódio. Em especial o beijo na festa de ano-novo, que também gera uma discussão posterior entre Ellie e Joel – quando Joel tenta defender a “filha” de um morador preconceituoso.
Já Joel perde o caráter de máquina de combate e passa a ser assombrado por decisões do passado. Inclusive, a fragilidade emocional, interpretada magistralmente por Pedro Pascal, é exposta em uma sessão de terapia, quando Joel ameaça chorar e contar o que fez, mas rapidamente muda a expressão e retoma a imponência.
Tensão dos jogos de The Last Of Us
Algo que faltou na primeira temporada foram infectados. Eles foram protagonistas em determinados instantes, no entanto, com o passar dos episódios, acabaram se tornando meros coadjuvantes. Agora, já no primeiro episódio, surgem como ameaça e, durante uma patrulha de rotina, Ellie e Dina sofrem para matar dois deles.
Esta é a hora que a série aproveita para passar a sensação dos games. De forma furtiva e com certa dificuldade, Ellie precisa atacar um estalador e, posteriormente, um corredor. Neste caso, é apresentado um conceito novo: a inteligência dos infectados. A corredora planeja como atacar Ellie e até consegue a morder – lembrando que Ellie é imune -, mas acaba morrendo nas mãos da protagonista. A ver se o conceito será abandonado, como a conexão entre todos os infectados (mostrado na temporada inicial), ou terá maior aprofundamento no decorrer dos episódios.
Abby
Kaitlyn Dever é a responsável por interpretar a vilã deste ano: Abby. Ela é apresentada nos primeiros minutos e nos últimos deste episódio, como uma perseguidora a Joel. Apesar de diferente da personagem dos games de The Last Of Us, segue ameaçadora, com um tom mais inocente e até, porque não, mais facilmente manipuladora.
Calmaria em The Last Of Us
Para finalizar, é um episódio introdutório para o caos prometido neste ano. Aguardamos os próximos capítulos para saber até onde a adaptação será fiel ao segundo jogo e como os eventos lá retratados serão aproveitados na série. Já destaco que gostei do começo de The Last Of Us e sinto que a produção vai se desvencilhar um pouco do game e criar uma maior identidade própria, o que tem tudo para ser positivo.
Sobre o Autor

- Jornalista, 26. Repórter no Folha do Mate, podcaster no Na Tabela e HTE Sports. Pitacos sobre cinema e cultura pop no Entre Sinopses.
Últimos posts
Séries14 de abril de 2025Review | The Last of Us 2×01 (Future Days)
Filmes8 de abril de 2025Crítica | Mickey 17
Filmes27 de fevereiro de 2025Crítica | Nickel Boys
Filmes27 de fevereiro de 2025Crítica | Nosferatu