Review | House of the Dragon (2ª temporada – episódio 2)

[ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DO SEGUNDO EPISÓDIO DA SEGUNDA TEMPORADA]

Durante as temporadas de Game Of Thrones, nos acostumamos com episódios calmos e reflexivos após eventos bombásticos. Tanto que, por boa parte da série, o grande momento da temporada estava no 9º e penúltimo episódio – completado por um final de temporada que prepara o terreno para o próximo ano. No segundo capítulo do ano 2 da irmã mais nova, House of the Dragon, esse sentimento é repetido.

Após o trágico final do primeiro episódio, onde é colocado em prática o ditado ‘um filho por um filho’ com a morte do filho de Aegon (Tom Glynn-Carney) em resposta a morte de Luke (Elliot Grihault), ficou claro que a série precisava de um momento de pausa. Por conta disso, a escalada de tensão é interrompida para vivermos os dramas internos dos verdes e dos pretos e, também, o luto da família Hightower.

Enquanto os verdes prestam honrarias ao herdeiro do trono que faleceu, no lado preto as disputas internas ganham mais força. O embate entre Rhaenyra (Emma D’Arcy) e Daemon (Matt Smith) avançam, com a rainha colocando em xeque as decisões tomadas pelo Targaryen – que ocasionaram a morte do jovem Jaehaerys -, e podem dificultar a conquista de aliados na guerra pelo trono. Em uma discussão com atuações brilhantes de Emma e Matt, fica clara a tensão pelo poder e os problemas de Daemon para acatar ordens. O embate termina com Daemon ‘fugindo’ com seu dragão.

Mas quem pensa que os problemas internos estão apenas em um lado, está muito enganado. A pressão por ações imediatas do rei Aegon leva a decisões precipitadas da parte dele, que ocasionam discussões com o mão Otto Hightower (Rhys Ifans) – outro grande momento do episódio. A opção de Otto é na busca do apoio do povo e no cuidado para tomar atitudes imediatistas, enquanto que Aegon – somado de Sor Criston Cole (Fabien Joseph Frankel) – quer vingança para ontem. A discussão escancara a instabilidade dos verdes e acaba com Aegon dispensando Otto do cargo de mão e o entregando a Cole – em uma ação que, provavelmente, terá efeitos no futuro.

Inclusive, Sor Criston Cole é um dos personagens que ganha mais espaço na trama com esse episódio. Ainda envolto no relacionamento com Alicent (Olivia Cooke), ele coloca as ‘mangas para fora’ e começa a conspirar nos bastidores para ganhar mais poder e, com isso, se aproxima de Aegon e coloca em prática ideias do rei. Tem potencial para ser um dos personagens mais odiados da série nos próximos capítulos.

Ainda há espaço para novas facetas do frágil e arrependido Aemond (Ewan Mitchell). A trama é completada com a disputa entre os gêmeos Arryk e Erryk e o plano despreparado de matar Rhaenyra. A série mostra, com esse episódio, que as disputas internas podem ser tão perigosas quanto dragões e que a política ainda é parte essencial no enredo.