Review | Demolidor: Renascido 1×07 (Arte pela Arte)

Review | Demolidor: Renascido 1×07 (Arte pela Arte)

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A temporada chega à sua reta final e aqui entrega o episódio mais fraco, apesar de ainda ter coisas importantes acontecendo. O grande problema foi o ritmo de como as coisas foram desenvolvidas e o desperdício do potencial de um vilão.

A seguir, confira comentários COM SPOILERS sobre os episódio 7 da série Demolidor: Renascido (Daredevil: Born Again), que está disponível no Disney+.

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Uma arte ou só rabiscos?

Construído no plano de fundo da série desde o primeiro episódio, o vilão Muse (ou Muso, na tradução para o português) ganhou mais destaque no capítulo 6 e agora, no episódio dessa semana, finalmente se torna o centro das atenções. No entanto, todo o mistério a respeito da sua identidade sequer era um mistério. Primeiro pelos vazamentos que indicavam quem seria o ator que faria o personagem, e depois pelo que foi apresentado na própria série. Não há qualquer tom de suspense a respeito disso e a cena dele se revelando para Heather Glenn (Margarita Levieva) tem muitos altos e baixos.

Ficaria muito mais legal se o personagem tivesse sido melhor construído e aparecesse mais em tela, algo parecido com o que ocorreu com Dex (Wilson Bethel) na temporada 3 da série original. Mas, aqui tudo ficou muito apressado e ainda que a mensagem tenha sido transmitida com sucesso, a arte que tanto o personagem fala, inclusive a cena final envolvendo ele nesse episódio é bem representativa, acabou parecendo mais uma série de rabiscos. A ideia está ali, mas a realização deixou a desejar.

O Demolidor está de volta e Fisk não está nada feliz com isso

Esse é o primeiro episódio da temporada em que vemos o Demolidor lutando à luz do dia, em uma boa cena de ação inclusive. Destaque para o momento em que ele usa um gancho na luta contra Muse. Difícil até de acreditar que um momento desses saiu em um streaming da Disney. Chocante, pesado e cru, como deve ser.

As dualidades entre Matt e Fisk seguem a todo vapor, inclusive aqui com o prefeito de Nova York sabendo que o Demolidor voltou à ativa e isso fazendo com que ele comece a perder o seu controle. É fato que Fisk usará da sua posição de alguma forma para atacar diretamente Matt. Ele já faz isso com sua Força-Tarefa, que aqui aparece aos holofotes pela primeira vez ganhando os créditos por parar Muse (ainda que não tenha sido eles, de fato).

Fica evidente também que esse plot vai crescer muito mais. Fisk usando a Força-Tarefa Antivigilante como seus próprios heróis aos olhos do público.

Conflitos de casais

Por fim, destaco nesta crítica os embates entre os casais Matt e Heather, além de Fisk e Vanessa. Se por um lado Matt esconde seu segredo de Heather, mas está cada vez mais próximo dela descobrir a verdade, não dá para saber como ela reagirá. Mas imagino que podemos ter uma mudança de lado interessante aqui.

Já entre Fisk e Vanessa, a Rainha do Crime aqui dá as ordens para Luca matar seu esposo. Resta saber se ela fez isso já combinado com Fisk para abater o mafioso que já vinha causando problemas a eles, ou se Fisk foi mais ligeiro e descobriu a traição. Seria louco imaginar uma aliança entre Fisk e Heather, Matt e Vanessa? Não romanticamente falando, mas por questões de interesses apenas. Vamos ver o que os dois últimos episódios reservam.

Por que foi o episódio mais fraco?

Como já ressaltei nesse texto, achei esse um episódio com falhas, principalmente no arco envolvendo Muse. O vilão tem muito potencial, e pelo que o material-fonte nos oferece, a série ficou devendo na adaptação. Também tive alguns problemas na edição de algumas cenas, no momento da terapia entre Heather e Muse por exemplo, há alguns cortes muito estranhos e alguns erros de continuidade.

Outro aspecto que poderia ser melhor é o desenvolvimento dos coadjuvantes. Você não se importa com praticamente ninguém aqui. BB Urich, Daniel, Cherry, Kirsten McDuffie… Acho que só com a garota Angela Del Toro que dá para ter algum tipo de sentimento. A série está falhando com isso, enquanto na original tivemos tantos coadjuvantes marcantes.

Dá tempo para corrigir? Dá. Mas o foco agora precisa ser no encerramento. As histórias de Matt e Fisk estão ótimas, inclusive a correlação e as ligações entre ambos. Falta melhorar o restante. Temos, além dos arcos já citados nesse texto, um evidente embate entre Demolidor e Rei do Crime, o retorno de Dex, o retorno de Frank Castle, até onde a Força-Tarefa vai chegar, enfim… Muita coisa para ser resolvida nos dois episódios finais.

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Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.