Review | Demolidor: Renascido 1×03 (A Palma da Sua Mão)

Este terceiro episódio de Demolidor: Renascido mostra um lado muito interessante que a série e o seu protagonista podem entregar e que por muitas vezes, até mesmo na série original, acabavam ficando de lado. Temos um drama de tribunal bem trabalhado em alguns aspectos e não tanto em outros. Vamos falar mais sobre isso a neste review.

A seguir, confira comentários COM SPOILERS sobre o episódio 3 da série Demolidor: Renascido (Daredevil: Born Again), que está disponível no Disney+.

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Menos Demolidor, mais Matt Murdock advogado

Em A Palma da Sua Mão acompanhamos o julgamento de Hector Ayala / Tigre Branco (Kamar de los Reyes) e as tentativas de Matt Murdock (Charlie Cox) em defender o seu cliente. É um caso difícil, pois se trata de um imigrante latino nos EUA contra a corporação da polícia de Nova York. Matt precisa arriscar e tomar decisões difíceis para manter alguma chance no caso.

Me agrada muito ver esse lado mais do tribunal em cena. Focamos muito na parte da ação e do heroísmo e, tirando o julgamento do Justiceiro na segunda temporada da série original, pouco tivemos um foco tão grande como aconteceu aqui. Acho que algumas cenas poderiam ser melhores, como as conversas privadas de Matt com o advogado de acusação e o juiz, mas no geral foi legal de ver. Também foi um pouco apressado demais para fechar o arco nesse episódio, mas dá para entender pelo que vem pela frente.

O mais interessante é que em somente dois episódios nós conhecemos Hector Ayala, nos importamos com ele e sentimos o peso do que seria a sua condenação. Esse é um trabalho de roteiro e construção de personagem importante, só pecando para mim na apresentação dele como o herói Tigre Branco. Pelo que é falado pelos personagens, fica a sensação de que esse herói já deveria ter sido visto mais vezes anteriormente, então ele fica um pouco jogado na trama. Ao menos foi a minha sensação.

Uma série madura e brutal

Em seus três primeiros episódios, Demolidor: Renascido mostra que não é uma série bobinha da Marvel e sem grandes consequências. Diversas atitudes mais corajosas já foram tomadas, seja tirando personagens de tela ou mostrando cenas de violência sem qualquer receio em chocar. E isso acontece novamente aqui.

Não é violência por violência, para aproveitar a classificação indicativa apenas, mas com um propósito e condizente com quem são os personagens, principalmente o nosso herói. Esse clima faz parte de quem Matt Murdock é e o ajuda na sua construção como personagem, protagonista e o herói de Hell’s Kitchen.

O prefeito tem planos…

Esse episódio mostra menos de Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), mas o que aparece é muito relevante. Além dos conflitos com Vanessa, que não parece satisfeita com o retorno do marido e a consequente perda do poder que vinha exercendo, Fisk também leva seus planos como prefeito à frente, principalmente na reta final quando fala com BB Urich (Genneya Walton) em mais um discurso anti-vigilante, o que certamente levará à criação de uma Força Tarefa.

Outro detalhe que chama atenção é que em diversos momentos a série dá foco nas mãos de Fisk machucadas, mas não por apanhar e sim por ter batido em alguém. O que será que ele fez? Teria ligação com o tal Adam com quem Vanessa traiu ele?

O que vem pela frente

A série vem deixando diversas pistas do que os próximos episódios vão tratar. Seja pelas referências visuais ao Justiceiro que acontecem há todo momento, os planos misteriosos de Fisk e Vanessa, a aparição de um certo paciente para ser atendido pela terapeuta e interesse romântico de Matt, a Doutora Heather Glenn (Margarita Levieva), mais um acontecimento trágico na vida do nosso protagonista e até as citações a um acontecimento em Red Hook que podem ter ligação com outro grande mistério da série.

Demolidor: Renascido ainda não teve um episódio que você pare e diga: MEU DEUS, QUE EPISÓDIO FOI ESSE! Mas vem sendo construída uma base interessante até aqui. Como falei no review anterior, é familiar e ao mesmo tempo diferente. Que siga nessa boa pegada e só melhore ainda mais.