Por que algumas séries são canceladas mesmo sendo populares?

Não é raro abrir as redes sociais e ver fãs indignados com o cancelamento de alguma série querida. Em 2025, por exemplo, produções como Étoile (Prime Video), Territory (Netflix) e The Wheel of Time (Prime Video) foram abruptamente interrompidas, mesmo contando com bases de fãs engajadas e bons índices de popularidade. Esses cancelamentos levantam uma dúvida comum: afinal, por que séries que aparentemente fazem sucesso acabam sendo descartadas pelas plataformas?

Audiência não é tudo

Muitas pessoas pensam que, se uma série é popular, ela vai continuar. Mas, infelizmente, não é bem assim. As empresas de streaming, como Netflix, Amazon e Disney, analisam várias coisas além do número de pessoas que assistem. Elas querem saber se os episódios são vistos até o fim, se os fãs comentam, se a série ajuda a atrair novos assinantes… tudo isso conta.

Além disso, o custo da série também importa. Produções com muitos efeitos especiais, cenários diferentes ou atores famosos costumam ser bem caras. Foi o caso de Jupiter’s Legacy, que mesmo com grande investimento e expectativa, não conseguiu justificar os mais de US$ 200 milhões gastos na produção. Se o gasto for maior do que o lucro ou do que a empresa esperava, a série pode ser cancelada mesmo com um bom número de fãs.

Orçamento, contratos e estratégia de catálogo

Outro fator decisivo está nos bastidores. Séries com efeitos especiais, gravações internacionais ou elencos estelares costumam ter orçamentos altos. Quando se tornam muito custosas, principalmente a partir da terceira temporada, as chances de cancelamento aumentam. Além disso, questões contratuais com atores, diretores ou estúdios também interferem — prazos apertados ou desentendimentos podem levar ao encerramento precoce da produção.

Existe ainda a questão da estratégia das plataformas. Às vezes, uma série é cancelada simplesmente porque não se encaixa mais no novo direcionamento da empresa. Com mudanças constantes de foco, muitas empresas optam por reduzir o número de produções em andamento para concentrar recursos em projetos considerados mais “universais” ou promissores em termos de retorno comercial.

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Alguns exemplos que deram o que falar

Diversas plataformas já protagonizaram cancelamentos polêmicos. A Netflix, por exemplo, tem fama de interromper séries queridas após apenas uma temporada. I Am Not Okay With This e e First Kill são dois exemplos. Mais um que marcou bastante a base de fãs foi Anne With an E, série queridíssima pelo público que até hoje sonha com seu retorno. Mesmo com bastante gente assistindo e elogiando, elas não resistiram ao cancelamento.

Na HBO Max, o caso de Our Flag Means Death foi um dos que mais incomodou os fãs. Mesmo sendo uma das séries mais vistas do serviço, ela foi cancelada. Já a Disney cancelou The Acolyte depois de uma temporada, mesmo tendo investido muito dinheiro na produção (mas acho que dessa ninguém vai sentir muita falta, né?).

E como o público reage?

Quando uma série querida é cancelada, os fãs ficam tristes, irritados e muitas vezes fazem campanhas nas redes sociais pedindo que ela volte. Já aconteceu de algumas séries serem salvas por causa disso, como Lucifer e Sense8. Mas na maioria das vezes, os cancelamentos continuam.

Às vezes, as pessoas também apontam problemas de representatividade. Muitas séries com personagens LGBTQIA+ são canceladas cedo, o que faz o público reclamar de falta de diversidade nas telas.

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Nem sempre o sucesso é suficiente

No fim das contas, o cancelamento de uma série acontece por vários motivos: dinheiro, contratos, mudanças nos planos das empresas… Mesmo que a série tenha fãs apaixonados, isso não garante que ela vai continuar.

Mas fica a pergunta: será que vale a pena pensar só no lucro e deixar as histórias inacabadas? Muita gente sente que isso enfraquece a relação entre o público e as plataformas de streaming. E, enquanto isso, os fãs seguem torcendo para que suas séries preferidas tenham um final digno.

Sobre o Autor

Luane Mota: Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.