Oppenheimer – Crítica

Oppenheimer – Crítica

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Oppenheimer chegou aos cinemas chamando muito mais atenção do que seria se não existisse o duelo direto contra Barbie. O filme, escrito e dirigido por Christopher Nolan, tem um elenco repleto de estrelas e por si só já seria um filme para ficar de olho, mas claro que não dá para imaginar como seria se Barbieheimer não se tornasse um caso viral.

O filme é um retrato histórico da vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), um dos líderes do projeto que criou a bomba atômica utilizada pelos Estados Unidos no Japão na II Guerra Mundial. Trata-se de uma biografia, o que já pode levar a um afastamento de pessoas que esperam por um filme mais popular, o que definitivamente não é o caso.

Nolan é um diretor conhecido por filmes que tanto colocam o espectador para pensar, quanto por se aprofundar nas explicações de conceitos. Oppenheimer também faz isso, mas não é o foco da narrativa.

A escolha de contar a história de forma não-linear foi acertada. Se ainda assim o filme não consegue ter um dinamismo para fazer o público não sentir a longa duração, mais de 3 horas de filme, se o roteiro optasse por algo mais convencional a experiência seria amplamente reduzida, chegando a se tornar enfadonha.

E, sob encargo de Nolan, tanto direção quanto roteiro são alguns dos pontos mais altos do filme. Só não superam o apuro técnico. Montagem, som e design de produção ficaram espetaculares aqui. Não tenho dúvidas de que as indicações ao Oscar nessas categorias virão, e com força para levar as estatuetas para casa.

Apesar de longo, o filme conta a história que queria contar aproveitando cada segundo. Ainda assim, o longa pode ser rejeitado por quem não estiver totalmente imerso na trama. Fica a recomendação para conferir o filme no cinema, na maior tela e com o melhor som disponíveis em sua cidade. É uma experiência cinematográfica e deixar para ver em casa vai diminuir muito a experiência.

Cillian Murphy é o grande destaque em termos de atuação. Ele domina o filme e aparece em praticamente todas as cenas. Robert Downey Jr como Lewis Strauss está fantástico e pode ser lembrado na categoria de ator coadjuvante. As atuações femininas, destaques para Florence Pugh e Emily Blunt, infelizmente não ganham o espaço que mereciam.

Existe uma divisão na forma de contar o filme, que usa imagens coloridas e em preto e branco que não ficaram bem explicadas as motivações. Elas servem para dividir a narrativa, mas acaba virando um ‘tanto faz’ quando não há realmente uma razão mais lógica para isso.

Oppenheimer é um belíssimo filme. Tecnicamente é impecável e conta com atuações que serão lembradas na temporada de premiações. Não é um filme comercial e quem for esperando algo mais fácil de digerir pode se decepcionar. Ainda assim, é grande uma experiência visual e sensorial construída para a sala do cinema.


Melhor frase: “Agora me tornei a morte, o destruidor de mundos”;
Melhor cena: o teste da explosão da bomba;
Destaque técnico: montagem e som.

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

2 comentários sobre “Oppenheimer – Crítica

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