O que é foreshadowing? Entenda esse recurso utilizado em filmes e séries

Você já teve a sensação de que um filme ou série estava lhe dando dicas sobre o que estava por vir, mas só percebeu isso depois que a reviravolta aconteceu? Esse fenômeno é conhecido como foreshadowing, um recurso narrativo presente em muitos filmes e série que assistimos, às vezes sem nem perceber. Hoje, vamos te explicar o que é esse recurso e como ele funciona nas produções televisivas e cinematográficas.

Explicando o que é foreshadowing

Foreshadowing, ou presságio, é uma técnica narrativa onde pistas ou sinais sutis são dados para eventos que acontecerão no futuro da história. Esses indícios podem ser visuais, verbais ou situacionais, e muitas vezes passam despercebidos até que o evento em questão se concretize. Imagine uma cena onde um personagem observa uma fotografia emoldurada de um ente querido; essa imagem pode não ter muito significado no momento, mas pode indicar um evento futuro envolvendo esse ente querido. O uso do foreshadowing enriquece a narrativa, criando uma sensação de continuidade e coesão na trama, mantendo o público engajado e atento aos detalhes.

Essa técnica é comumente utilizada em filmes e séries para criar expectativas e preparar emocionalmente o público para o que está por vir. Ao fornecer pequenas pistas, os roteiristas conseguem construir uma antecipação sutil, fazendo com que os espectadores, muitas vezes sem perceber, tentem prever o desenrolar da história. Além disso, o foreshadowing pode servir como um dispositivo para amarrar a narrativa, garantindo que todos os elementos apresentados na trama tenham um propósito e contribuam para o desenvolvimento da história de forma significativa.

O foreshadowing também tem o poder de transformar uma segunda vez que você assista um filme ou série em uma experiência ainda mais rica. Quando os espectadores assistem novamente, eles podem perceber detalhes que passaram despercebidos inicialmente, reconhecendo a habilidade do roteirista em plantar essas pistas ao longo da narrativa. Dessa forma, o foreshadowing não só enriquece a experiência inicial, mas também oferece uma profundidade adicional em revisitas futuras, solidificando o impacto e a maestria da narrativa.

Exemplos de foreshadowing

Atenção! Esta seção contém spoilers. Siga com cautela.

O Rei Leão (1994): A sombra das hienas na caverna de Scar é uma premonição visual que sugere a ascensão do vilão ao poder e a destruição que virá com isso. Esse tipo de foreshadowing visual cria uma antecipação no público sobre os eventos trágicos que estão por vir.
O Sexto Sentido (1999): Um dos exemplos mais icônicos de foreshadowing. O filme dá várias pistas sobre a verdadeira condição do personagem de Bruce Willis, que está morto durante toda a história. Pequenos detalhes, como a falta de interação física com outros personagens, são pequenas revelações que só fazem sentido no final.
Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001): O filme oferece várias dicas sobre a verdadeira natureza do Professor Quirrell, como seu nervosismo e a maneira como ele evita o toque físico. Esses detalhes sutis preparam o público para a revelação de que Quirrell está possuído por Voldemort.

Arma de Chekhov e o foreshadowing

O conceito da Arma de Chekhov, nomeado após o renomado dramaturgo russo Anton Chekhov, é um princípio narrativo que afirma que se uma arma é mostrada no início de uma história, ela deve ser disparada posteriormente. Em outras palavras, elementos introduzidos na narrativa devem ter uma função clara e se concretizar de alguma forma, evitando a inclusão de detalhes irrelevantes.

A Arma de Chekhov é, em sua essência, uma forma específica e mais direta de foreshadowing. Ambos os conceitos envolvem a introdução de elementos na trama que têm um papel crucial no desenrolar da história, mas enquanto o foreshadowing pode ser mais sutil e indireto, a Arma de Chekhov é explícita e exigente. No foreshadowing, as pistas e os sinais são frequentemente inseridos de maneira que possam passar despercebidos até que se revelem essenciais, adicionando uma camada de profundidade e complexidade à narrativa. Em contraste, a Arma de Chekhov deixa claro que cada detalhe apresentado deve ter um propósito claro e inevitável.

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Sobre o Autor

Luane Mota

Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.