Guardiões da Galáxia Vol.3 – Crítica

Guardiões da Galáxia Vol.3 – Crítica

Compartilhe nas redes!

Tradicionalmente, trilogias de super-heróis são marcadas por, pelo menos, um filme abaixo da média e que se torna esquecível frente ao público. Por exemplo, Homem-Aranha do Sam Raimi tem um péssimo terceiro longa, Os Vingadores tem o Era de Ultron que deixa a desejar e, no outro lado, o Batman do Nolan é finalizado com Cavaleiro das Trevas: Ressurge, com seus altos e baixos. Pois então, com esse histórico, James Gunn precisava finalizar a trilogia dos heróis mais desajustados do Universo Marvel e o Volume 3 de Guardiões da Galáxia é o ponto alto desse grupo – que deixará muitas saudades.

Após assumir o comando do DC Studios, Gunn decidiu dar um encerramento digno aos seus personagens favoritos da Marvel. A premissa de Guardiões 3 coloca o grupo em uma saga para salvar a vida de Rocket Raccoon (Bradley Cooper), ao mesmo tempo em que vamos conhecendo a história do amado guaxinim – agora, oficialmente. Com isso, somos jogados em uma trama emocionante, com diversos momentos tocantes e que, com certeza, farão os espectadores chorarem nas salas de cinema (falo por experiência própria).

Gunn se aproveita da emoção para desenvolver ainda mais a relação de amizade e familiar do grupo. Antes limitados a estereótipos, como o brucutu bobalhão Drax (Dave Bautista) que agora ganha mais tons e mostra a sua importância, assim como a Mantis (Pom Klementieff), em busca de sua jornada sozinha e criando uma ‘casca’ de maior respeito. Aliás, todos os Guardiões são aprofundados, mas quem realmente é o centro é Rocket.

O guaxinim, mesmo em coma desde os primeiros minutos do longa, ganha uma belíssima e dolorida trajetória de vida – e criação. A partir disso, surge também o vilão da produção, o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji), um antagonista diferente dos últimos exemplos do MCU, com um plano de fundo de desenvolvimento bem construído e uma motivação que beira a mais pura maldade.

Em meio a emoção, não faltam momentos de alívio cômico. Com pitadas requintadas como apenas Gunn consegue, o Volume 3 dos Guardiões tem o tom perfeito de comédia, entrando em momentos precisos e sem exageros – alô Taika, aprende. A mistura transforma a experiência na melhor da Marvel desde Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (pela emoção) e nos faz relembrar o motivo de amarmos esse universo: os personagens.

Ainda sobra espaço para sequências magistrais de ação, com direito a um plano sequência de tirar o fôlego. Inclusive, Gunn mostra evolução como diretor, no ritmo do longa, fotografia e, obviamente, movimentações de ação. E é impossível esquecer a trilha sonora, com hits dos anos 80, 90 e 2000, para embalar os melhores momentos.

De ponto baixo, apenas a inserção preguiçosa de Adam Warlock (Will Poulter), jogado na trama e sem impacto. Aparece quando o roteiro precisa dele, mas ainda consegue um ciclo bem fechado ao final, podendo ser melhor aproveitado no futuro.

Guardiões da Galáxia Volume 3 é o encerramento perfeito para a melhor trilogia de super-heróis da história do cinema. Não é exagero afirmar isso, nenhuma teve a regularidade de Guardiões e uma finalização tão emocionante e marcante. Gunn, agora, assumirá a DC e pode mudar o futuro da concorrência. Enquanto que os Guardiões seguem no Universo Marvel, quem sabe voltamos a ver estes rostos em futuro promisso.

Nota: 9/10

Sobre o Autor

Leonardo Pereira
Leonardo Pereira
Jornalista, 26. Repórter no Folha do Mate, podcaster no Na Tabela e HTE Sports. Pitacos sobre cinema e cultura pop no Entre Sinopses.

Um comentário em “Guardiões da Galáxia Vol.3 – Crítica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *