Crítica | X-Men ’97 (1ª temporada)

Crítica | X-Men ’97 (1ª temporada)

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O retorno dos X-Men aos holofotes não poderia ter sido mais brilhante. Ao trazer de volta a série dos anos 90, cujo tema de abertura já foi até mesmo referenciado em produções live-action do Universo Cinematográfico Marvel, o Marvel Studios fez uma aposta certeira. Fez brilhar os olhos nostálgicos dos fãs antigos e deu aos novos fãs um material rico e que serve como gostinho para a introdução dos mutantes no universo dos cinemas.

X-Men ’97 tinha uma missão nada fácil: ser MINIMAMENTE compatível com a série original. Se fosse inferior, certamente geraria revolta. Se fosse superior, engrandeceria inclusive o material-fonte. E foi isso que conseguiu fazer.

Escrita por Beau DeMayo, a série de 10 episódios é uma sequência direta das cinco temporadas da animação originalmente exibida entre Outubro de 1992 e Setembro de 1997. Não é um remake, nem um reboot. É uma nova fase seguindo a mesma história.

Na trama, após a “morte” do Professor Xavier, os X-Men são surpreendidos quando descobrem que Charles deixou como herança o seu legado como líder dos X-Men para ninguém menos que Erik Magnus Lehnsherr, ou simplesmente Magneto. O vilão/anti-herói deixa de lado suas convicções para abraçar o sonho do seu velho amigo e tenta liderar a equipe de forma mais pacífica, buscando a boa convivência com os humanos. No entanto, diversos acontecimentos levam os X-Men ao seu mais difícil embate até aqui.

Diferente da série dos anos 90, cujos episódios tinham cerca de 22 minutos, X-Men ’97 aposta em capítulos um pouco maiores, de 33 minutos (e 43 o final). Metade dos episódios é dividido em mais de uma parte, e ainda aqueles que não são diretamente correlacionados, não deixam de lado as tramas anteriores. Essa sensação de continuidade nos traz uma série mais focada em uma história maior e menos procedural (caso da semana), formato comum para animações.

Outra alteração importante é a classificação indicativa. Se a série original era livre para todos os públicos, X-Men 97′ é reclassificada como conteúdo para maiores de 14 anos. E isso se justifica não por cenas mais violentas ou sangue aparecendo aqui e ali, mas na seriedade e no tom da história. Desde o princípio temos uma sensação de mais perigo e consequências, sem esquecer do bom humor e tiradas certeiras (alô Morfo), mas em quantidade bem mais reduzida.

As ameaças são muito bem trabalhadas e o tempo inteiro nos fazem questionar como os Mutantes vão conseguir sair das mais complicadas situações. Não faltam reviravoltas, referências ao Universo Mutante e ao Universo Marvel como um todo. Temos ótimas cenas de ação, com destaque para uma que envolve o Ciclope no primeiro episódio e todas as do episódio final.

Temos episódios claramente com foco maior em um X-Men específico. Ciclope, Jean Grey, Tempestade, Vampira, Gambit, Magneto, Professor Xavier e até mesmo Jubileu se tornam o centro das atenções em determinados momentos. A grande adição ao time é o mutante brasileiro Roberto da Costa, que tem bons momentos, mas ainda não empolga muito. Diferente do que nos acostumamos a ver nos cinemas, Wolverine não ganha muito destaque, ficando em segundo plano em praticamente todos os 10 episódios, ainda que ganhe um papel especial nos momentos finais.

De ponto negativo destaco apenas como algumas questões são resolvidas muito rapidamente e não parecem ter o peso que deveriam ter. Algo comum para animações, mas uma obra tão bem trabalhada como X-Men ’97 poderia resolver isso.

O saldo final é extremamente positivo. Essa volta triunfal dos mutantes ao papel de protagonismo pavimenta um caminho ideal para a Marvel seguir se quiser voltar ao topo.


X-Men ’97 (1ª temporada)

Criador: Beau DeMayo
Ano: 2024
Duração: 10 episódios
Elenco: Ray Chase, Jennifer Hale, Alison Sealy-Smith, Cal Dodd, J. P. Karliak, Lenore Zann, George Buza e mais.
Nota: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.