Crítica | Venom: A Última Rodada
Se alguém há 10 anos imaginava que Venom teria uma trilogia nos cinemas, certamente essa pessoa seria desacreditada pela maioria. Em uma era em que heróis como Superman e Batman, por exemplo, não ganham três filmes há um bom tempo, um dos maiores vilões do Homem-Aranha sendo colocado em um papel de anti-herói e sem conexões diretas com o Cabeça de Teia alcançar o sucesso para realizar três produções em seis anos foi um tanto quanto inesperado e surpreendente, ainda mais pela baixa avaliação dos longas.
Após um insosso primeiro filme em que se levava a sério demais e uma sequência que desperdiça oportunidades por não saber em qual tom focar, o terceiro filme protagonizado por Tom Hardy, Venom: A Última Rodada, chega para consolidar de vez a franquia como uma bagunça onde a galhofa e a falta de seriedade ditam a narrativa.
Veja bem: a cena inicial do filme introduz um dos maiores vilões dos quadrinhos, o deus dos simbiontes Knull. Isso tudo para logo em seguida inserir uma cena de vergonha alheia com Eddie Brock sendo controlado pelo Venom para fazer uma bebida alcoólica e o simbionte exclamar que gostaria de ter trabalhado como barman.
A história que vem pela frente faz pouco sentido e adiciona elementos que servem quase como uma correção de continuidade em relação aos longas anteriores. Knull está preso em Klyntar após ser traído por suas próprias criações e precisa de uma chave chamada codex para sair de lá. Esse codex convenientemente existe somente em Venom por causa da sua ligação com Eddie Brock. Então, o vilão envia uns monstros que pouco enxergam, mas se regeneram, para derrotar Venom e pegar o codex.
Enquanto isso, Eddie é acusado de cometer crimes (acontecimentos dos filmes anteriores) e está foragido no México. Porém, ele e Venom desejam ir até Nova York para iniciar lá uma nova vida. Uma bela ideia ir para a cidade mais movimentada e monitorada do mundo para quem está querendo se esconder das autoridades, não é mesmo? E isso não é nem de perto a maior patacoada que esse filme faz.
No entanto, acima de qualquer outra coisa que possa ser comentada, quem de verdade esperava algo diferente de um filme do Venom? Desde os primeiros trailers, imagens e até mesmo comentários dos envolvidos neste filme, eu não conseguia esperar nada de diferente de uma galhofa sem fim. Meu único desejo é que fosse divertido, e sim, ele é. Principalmente no ato final, quando a ação abraça a loucura e entrega muito do potencial que personagens como simbiontes podem oferecer.
Não vá para Venom: A Última Rodada esperando aparições especiais, explicações que façam sentido, conexões com universo, um fim conclusivo ou um futuro totalmente definido. O filme encerra seu arco principal com Eddie Brock e Venom, e deixa ali a possibilidade de uma ameaça maior para todo o universo. Vai acontecer? Não sabemos (e até torço para que não aconteça). Mas, enquanto última dança (isso me faz lembrar de uma cena inacreditável ao som de Dancing Queen), o filme é divertido. E nada muito além disso mesmo.
Venom: A Última Rodada (Venom: The Last Dance)
Direção: Kelly Marcel
Ano: 2024
Elenco: Tom Hardy, Juno Temple, Chiwetel Ejiofor, Rhys Ifans, Peggy Lu, Stephen Graham, Alanna Ubach, Andy Serkis, Cristo Fernández e mais.
Duração: 1h50min
Nota: ⭐ ⭐💫 (2,5/5)
Spoilers de Venom 3: final explicado de Venom – A Última Rodada
Para evitar que Knull fosse liberto da sua prisão no planeta Klyntar, ou Eddie ou Venom precisavam morrer para assim anular o Codex. Então, na cena de batalha final, o simbionte de sacrifica para matar os monstros enviados por Knull. Ele se despede de Eddie e diz que não é um adeus, mas um até breve.
Eddie Brock então é levado a um hospital e recebe a visita de um general do exército, que representando o governo, perdoa “os crimes” cometidos por Eddie e diz que ele está livre para viver uma nova vida, mas que não pode comentar nada do que aconteceu. Eddie então se muda para Nova York e termina o filme visitando a Estátua da Liberdade, como ele e Venom comentaram que queriam fazer.
O filme tem duas cenas pós-créditos. A primeira delas, no meio dos créditos, mostra Knull fazendo uma promessa que aparentemente é direta para nós espectadores. Ele diz que vai destruir planetas e que nós estaremos lá para ver isso acontecer. Já a segunda cena, após os longos créditos finais do filme, mostra o personagem de Cristo Fernández saindo da Área 51 totalmente destruída após a batalha final do filme e fecha com uma barata que sobreviveu às explosões tendo contato com uma ampola em que um simbionte, que se conectou com a personagem de June Temple no filme, estava guardado.
A primeira cena promete o retorno de Knull, que pode ser um vilão maior de talvez um crossover desse universo formado por Venom, Morbius, Kraven e Madame Teia? Ou quem sabe o motivo de uma nova junção dos Aranhas de Tom Holland, Andrew Garfield e Tobey Maguire? Tudo é muito incerto. Já a segunda cena pode revelar que o personagem de Cristo Fernández retornará ao universo, mas não diz praticamente nada.
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