Crítica | Um Lugar Silencioso: Dia Um

Crítica | Um Lugar Silencioso: Dia Um

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Um Lugar Silencioso foi um dos filmes mais surpreendentes dos últimos anos. Produzido, dirigido e estrelado por John Krasinski, o Jim de The Office, o longa de terror conquistou o público com uma realização simples e precisa, somada a uma história marcante. O terceiro capítulo da franquia chega em 2024 para revisitar o início da catástrofe que atingiu esse mundo.

Em Um Lugar Silencioso: Dia Um deixamos de lado a família Abbott para acompanhar Sam (Lupita Nyong’o), uma paciente em fase terminal que está passando seus últimos dias em uma clínica. Um dia, ela e outros pacientes são levados ao centro de Nova York para acompanhar um recital de marionetes. Sam tem um desejo de comer pizza, e quando ela sai da apresentação para atingir esse objetivo, as terríveis criaturas chegam à Terra por meio de meteoros e começam a atacar. E sendo Nova York uma das cidades mais barulhentas do mundo, ninguém está à salvo dos monstros que atacam através do som.

Existem duas formas de avaliar esse filme. A primeira delas é sob o ponto de vista de que se trata de um prequel que, como o título dá a entender, trata do primeiro dia da invasão dos monstros. Nesse aspecto, o longa tem falhas. Pouco entendemos sobre a origem do caos ou como as pessoas se adaptam a isso, ainda mais em um ambiente tão barulhento como Nova York. Senti falta de uma abordagem mais intensa desse aspecto, pois o filme preferiu se focar em uma história muito mais contida do que, em minha visão, deveria ser.

Por outro lado, temos uma trama intimista muito bonita e com lições sobre a vida. Por que uma paciente terminal lutaria pela sobrevivência? Sam tinha um objetivo, simbolizado aqui pelo ato de comer pizza. Para ela, não é apenas uma última refeição dos sonhos. É uma reconexão com uma memória feliz do passado antes de partir. E nisso a atuação de Lupita Nyong’o é certeira e excelente. Ela não tem o mesmo carisma dos protagonistas de Krasinski e Emily Blunt nos longas anteriores, mas certamente é o ponto mais alto do filme.

O personagem de Joseph Quinn também me deixou dividido. Se por um lado ele tem nuances muito interessantes, como seus traumas e objetivos em seguir vivo, por outro, Eric parece propositalmente pouco explorado. Me deu toda a pinta de ser alguém apresentado para ser explorado em longas futuros, ainda mais pelas resoluções que o filme apresenta para a sua história. Falando nisso, uma determinada cena focada nos monstros e em certas atitudes que eles tomam também me pareceu sementes sendo plantadas para o futuro da franquia.

Sem John Krasinski na direção pela primeira vez, o longa é conduzido por Michael Sarnoski. Ele emula bastante os feitos do seu antecessor e acredito que não fica devendo em nada.

Um Lugar Silencioso: Dia Um não tem o mesmo frescor de novidade que os seus antecessores e acaba tendo mais pecados que comprometem uma nota maior, mas como história única que deseja contar, acerta bastante. É um prequel que pode muito bem ser uma introdução a esse universo, afinal não há conexões diretas com a história anterior.


Um Lugar Silencioso: Dia Um (A Quiet Place: Day One)

Direção: Michael Sarnoski
Ano: 2024
Gêneros: Terror e drama
Elenco: Lupita Nyong’o, Joseph Quinn, Alex Wolff, Djimon Hounsou e outros.
Duração: 1h39min
Nota: 3/5 ⭐⭐⭐

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.