Crítica | Twisters
A grande onda de Hollywood atualmente é a produção de reboots ou remakes apostando na nostalgia, principalmente, sobre filmes dos anos 80 e 90. Essa febre alcança sagas relevantes, como Ghostbusters e Rei Leão, até conteúdos nichados e que tiveram sucesso em VHS ou em exibição nos canais de televisão. Este último é o caso de Twisters, que abraça o clássico da Sessão da Tarde em uma superprodução, com ótimos efeitos visuais e que busca reiniciar a saga.
Protagonizado pelo queridinho de Hollywood, Glenn Powell, e por Daisy Edgar-Jones, o longa é uma nova roupagem para o clássico. Como era impraticável reviver o núcleo de personagens originais, a opção mais viável era apresentar novos protagonistas e citar, de forma sutil, elementos da trama do primeiro longa. E é basicamente esse o ponto de partida para Twisters, que nos apresenta um núcleo jovem de caçadores de tornados, novas tecnologias, o universo de influenciadores e redes sociais.
Sendo assim, o roteiro é simples e coloca frente a frente o estereótipo de jovem gênio que passou por um trauma, Kate, personagem de Daisy, contra um cowboy influenciador que busca aventuras em meios às tempestades para produzir conteúdos para os seguidores, Tyler de Powell. Com uma equipe de cientistas e especialistas ao lado, os dois ‘embatem’ para encontrar o melhor ângulo e o posicionamento para pesquisar e conhecer mais sobre os tornados.
Você sabe o que são remakes e reboots? Entenda!
Neste meio tempo, a trama surpreende ao apresentar como personagem mais carismático, o anti-herói interpretado por Powell. Como é comum nos filmes onde ele atua, novamente o personagem é muito interessante e desperta o interesse do espectador, num misto de ‘cafajeste’ e humano. Com ele, temos as cenas mais incríveis do longa e, também, as mais tocantes, afinal, é o seu núcleo que humaniza as vítimas dos tornados, algo que não era apresentado na produção dos anos 90.
Ainda, Twisters é leve para um filme catástrofe, mas entrega um arco bem desenvolvido e que realmente é impactante, seja pelos ótimos efeitos especiais ou pelas interações entre os personagens. Mesmo que evoque o climão de Sessão da Tarde e a nostalgia, Twisters é uma sequência ‘espiritual’ que supera o seu antecessor – o que as bilheterias mostraram muito bem, com mais de R$ 300 milhões arrecadados – e já projeta uma continuação. Dentre um universo com diversos filmes que apenas usam da nostalgia e pouco tem a contar, Twisters, com certeza, se sobressai e funciona como produção única.
Sobre o Autor
- Jornalista, 26. Repórter no Folha do Mate, podcaster no Na Tabela e HTE Sports. Pitacos sobre cinema e cultura pop no Entre Sinopses.
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