Crítica | The Walking Dead: The Ones Who Live

Crítica | The Walking Dead: The Ones Who Live

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Não é novidade para ninguém dizer que The Walking Dead enfrentou um enorme desgaste com a audiência. Depois de um início inacreditável na sétima temporada, a série enfrentou problemas na progressão da história. Dessa forma, não apenas o público foi desistindo de assistir ao restante dos episódios, como o próprio elenco encarou perdas significativas, sendo a de Andrew Lincoln, o protagonista Rick Grimes, a mais significativa.

Na saída de Lincoln, que ocorreu no episódio 5 da 9ª temporada, a AMC (emissora original da série) anunciou que Rick Grimes retornaria para uma trilogia de filmes que seriam lançados no cinema. Nesse meio tempo, uma pandemia aconteceu, os streamings ganharam força e os planos mudaram. Danai Gurira, intérprete da personagem Michonne, também deixou a série (na 10ª temporada) e como as histórias de Rick e Michonne cada vez mais estavam interligadas, não era surpresa que eles se reencontrariam nos filmes.

Mas, os filmes acabaram sendo transformados em uma nova série, o quinto derivado de TWD na televisão. E assim, após Fear The Walking Dead, Tales of The Walking Dead, TWD: Dead City e TWD: Daryl Dixon, o retorno de Rick Grimes e Michonne aconteceu em The Walking Dead: The Ones Who Live, minissérie de seis episódios com a missão de contar o que aconteceu com Rick nesse período ausente e como aconteceu desde a busca de Michonne pelo seu amado ao reencontro entre os dois.

Valeu a pena a espera pelo retorno de Rick Grimes em The Walking Dead: The Ones Who Live?

O começo é extremamente promissor. O primeiro episódio foca em Rick, desde o momento em que foi salvo por Jadis e levado de helicóptero a um local desconhecido até a sua introdução e crescimento no CRM (Civic Republic Military). O segundo episódio foca em Michonne e sua busca por Rick, passando por muitas dificuldades até eventualmente se aproximar de seu objetivo.

Na sequência, a série alterna entre bons e maus momentos. Algumas escolhas narrativas não fazem muito sentido, mas a dinâmica entre o casal protagonista consegue salvar a série em praticamente todos os momentos. Destaque para o episódio 5 que reserva um embate há muito tempo esperado pelos fãs da série de TV.

Meu grande problema com The Ones Who Live está em seu encerramento. A série constrói uma ameaça nível colossal como o CRM, que passeia por praticamente todas as produções do universo. Não se trata de um grupo de sobreviventes comum, mas uma força militar de capacidade e recursos muito acima de qualquer coisa já enfrentada pelos protagonistas de The Walking Dead. É frustrante uma resolução tão corrida. Havia outras formas de resolver o problema principal, mas a série foi pelo caminho mais comum e menos interessante.

The Walking Dead: The Ones Who Live The Walking Dead usa a força do romance entre Rick e Michonne para mostrar que ainda há fôlego para a franquia, mas ainda falta algo. É o melhor dos spin-offs, ao menos. Se as novas temporadas dos derivados focados Maggie & Negan ou em Daryl & Carol vão trazer mais substância ao universo, ainda não dá para cravar. E onde vamos chegar com tantos derivados? A série principal vai retornar para uma 12ª e última temporada para reunir todo mundo? Enquanto não temos respostas, seguimos aguardando.


The Walking Dead: The Ones Who Live

Direção: Michael E. Satrazemis
Roteiro: Scott M. Gimple, Channing Powell
Elenco: Danai Gurira, Andrew Lincoln, Lesley-Ann Brandt, Pollyanna McIntosh e mais.
Ano: 2024
Episódios: 6
Nota: ⭐⭐⭐ (3/5)

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.