Crítica | The Walking Dead – Daryl Dixon (1ª temporada)

Muita gente largou The Walking Dead muito antes do fim da série por ter percebido que a trama principal da série se perdeu em relação à proposta original. Após 11 temporadas, a série chegou ao fim e deu-se início a uma série de derivados com a intenção de separar os personagens para que os fãs individuais deles pudessem acompanhar novas histórias.

Após Dead City, estrelada por Maggie (Lauren Cohan) e Negan (Jeffrey Dean Morgan), chegou a vez de Daryl Dixon (Norman Reedus) virar a estrela de uma série própria. Nela vemos Daryl saindo do ‘lugar comum’ da franquia, que é os Estados Unidos, para de uma forma misteriosa parar na França. Sem entender o idioma e lidando com gangues e zumbis diferentes, o nosso motoqueiro preferido do Apocalipse Zumbi vai descobrir uma nova missão: levar uma criança para um lugar seguro. Isso enquanto tenta descobrir uma forma de voltar para casa.

Existiam muitas possibilidades, tanto para fazer dar certo, quanto para essa série não funcionar. E acho que os criadores acabaram ficando no meio-termo disso. Há muito o que gostar aqui, mas também há problemas que foram ‘importados’ da franquia original.

Daryl é um personagem durão, que conquistou muitos fãs. É um dos poucos personagens originais, ou seja, que não existiam nos quadrinhos originais, que se destacaram e foi até mesmo colocado como protagonista após a saída de Rick Grimes (Andrew Lincoln). Em sua série-solo, o personagem segue com a mesma personalidade, bad-ass e guerreiro, mas há poucas novidades sobre ele. Proteger crianças? Ele já tinha feito isso na série original.

Um incõmodo é a óbvia necessidade de fazer personagens falarem inglês na França. Não que isso não seja possível, mas são tantas coincidências, como encontrar britânicos ou estadunidenses por lá, além de muitos franceses bilíngues que falam inglês quando não precisariam, que chega a tirar um pouco da imersão.

Outra coisa que me incomoda é a falta de inventividade nas tramas. Que saco sempre ter uma gangue/grupo militarizado para servir de antagonista. Há um vislumbre de algo novo, com zumbis modificados, que se fosse esse o mote principal da trama, poderíamos ter um resultado final muito mais satisfatório.

Diferente de Dead City, Daryl Dixon tem um andamento da trama mais interessante, mas também desperdiça oportunidades e parece guardar o que poderia entregar de melhor para uma segunda temporada, já confirmada e com previsão de estreia para a metade de 2024.

Resta saber se esses derivados vão levar a algum lugar no final das contas, ou se serão só uma tentativa da AMC de sugar ao máximo o que pode dos fãs e da franquia The Walking Dead.