Crítica | Os Radley

Crítica | Os Radley

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Filme que adapta o livro de mesmo nome escrito por Matt Haig, Os Radley tenta ser uma espécie de suspense com comédia e terror ao explorar uma temática já bastante abordada em filmes e séries: a descoberta de segredos familiares terríveis.

Na trama do filme, a família aparentemente perfeita — Os Radley — vê tudo mudar quando Clara (Bo Bragason) passa por uma situação em que acaba precisando se defender e desperta o desejo sombrio que assola a todos os membros da família. Então, o mundo deles vira de cabeça para baixo quando, a partir disso, uma série de eventos catastróficos começa a acontecer.

O que funciona em Os Radley

Os principais pontos altos do filme são as relações que ele faz das histórias vividas dos personagens com dramas do “mundo real”. Sejam as metáforas (e literalidades) para representar como segredos podem mudar a vida de uma família, os horrores do assédio sexual, a estranheza de situações da adolescência ou os conflitos internos provocados por relacionamentos.

O que não funciona em Os Radley

O filme é repleto de ideias que não possuem boas execuções ou que somente arranham a superfície de algo que poderia ser muito melhor explorado. O roteiro é raro e isso leva a diálogos terríveis, prejudicando e muito as atuações de um elenco que no papel é razoavelmente bom.

Os jovens Harry Baxendale e Bo Bragason como os filhos Rowan e Clara estão bem, ainda que sejam prejudicados pelo que lhes é entregue. Jay Lycurgo tem o personagem com maior potencial do filme, mas que nunca é bem desenvolvido.

Já em relação ao elenco adulto, uma pena dizer que quase ninguém está bem. Shaun Parkes vive um pai complexado e traumatizado, um personagem que é praticamente um estereotipo de outros personagens de filmes parecidos. Sophia Di Martino está extremamente abobalhada e sua personagem só serve para flertar. Damian Lewis, em um papel duplo, é a pior coisa do filme. Já Kelly Macdonald tem uma atuação mais discreta, mas quando é exigido um pouco mais ela é quem mais consegue entregar.

Outra coisa que não funciona é a previsibilidade. Você consegue adiantar tudo o que acontece na trama, e nem alguns plot-twists que surgem do nada para tentar movimentar a história conseguem fazer sentido.

Vale a pena assistir?

Não conheço a obra literária a qual o filme adapta, então a minha opinião é puramente sobre o longa-metragem. É um filme com algumas ideias interessantes, outras mirabolantes, mas que no fim das contas não desenvolve nada muito bem e não vai muito além de ser chato.

Talvez ser um filme foi o principal erro, funcionaria melhor como série e teria mais tempo para explorar e abordar os dramas vividos pelos personagens. Há muitas histórias que vem e vão sem grandes repercussões.


Os Radley

Direção: Euros Lyn
Roteiro: Talitha Stevenson e Jo Brand
Ano: 2024 (2025 no Brasil)
Elenco: Damian Lewis, Kelly Macdonald, Bo Bragason, Harry Bazendale, Sophia Di Martino, Jay Lycurgo, Shaun Parkes e mais.
Duração: 1h50min
Nota: ⭐ (1/5)

Spoilers sobre Os Radley

Aproveitar esse espaço para falar um pouco sobre os spoilers do filme. Se você não conhece a história do livro ou não viu nenhum trailer, deixei a crítica sem spoiler para não “estragar a experiência”. Siga por conta e risco a partir daqui.

AVISO DE SPOILERS. ÚLTIMO ALERTA ANTES DE SPOILERS SOBRE O FILME OS RADLEY!

Esse é um filme sobre… VAMPIROS! Vampiros abstêmios, ou seja, que não ingerem sangue e tentam viver como pessoas normais. No entanto, após Clara, a filha mais velha da família ser atacada por um homem, ao se defender ela desperta seu lado vampiresco e mata o assediador.

A partir disso, a família precisa da ajuda de Will Radley, o irmão gêmeo do patriarca Peter. Will, diferente da família, não deixou de consumir sangue e por isso tem o pleno uso de seus poderes. Além de super força e agilidade, ele também pode controlar mentes. E é ele quem ajuda a família a se livrar das evidências e da polícia.

Um dos conceitos apresentados no filme é que a pessoa que é transformada ao beber o sangue do vampiro vai ter uma conexão eterna com ela, sendo aqui chamada de desejo. Não se trata de amor, mas uma espécie de necessidade mesmo. Isso é usado de forma tão ruim para criar uma espécie de triângulo amoroso que dá raiva!

Há também uma espécie de Call Center para Vampiros que é uma das piores ideias já criadas em filmes que abordam essa temática. Por fim, o final do filme é tão previsível e sem sentido que… fica difícil defender.

Mas e aí, você assistiu e gostou de Os Radley? Compartilha aqui nos comentários a sua opinião. Comigo o filme não funcionou.

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

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