Crítica | Os Inseparáveis

Crítica | Os Inseparáveis

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É sempre bom se desprender do eixo Disney-Pixar e conhecer novas animações. Nessa quinta-feira (15), o novo filme Os Inseparáveis do estúdio belga nWave estreia nos cinemas. Por aqui, já assistimos ao longa e vamos te contar tudo sobre ele!

Don, uma marionete atrapalhada e de imaginação fértil, vive em um teatro de fantoches junto de seus amigos de madeira. Cansado de sempre interpretar o bobo da corte trapalhão, ele decide ir embora de onde mora para tentar realizar seu sonho de ser um grande herói. Em meio a sua jornada, Don encontra DJ Dog Dog, um cãozinho de pelúcia que canta uma única música quando sua patinha é apertada. Juntos, os dois enfrentam dificuldades e vivem várias aventuras, conhecendo amigos e aprendendo várias lições.

O roteiro do filme é bastante simples e chega até a ser um pouco repetitivo. Os personagens saem de um determinado local, conhecem novos amigos, enfrentam dificuldades, salvam o dia e tudo acontece novamente, pelo menos umas três vezes ao longo de toda a trama. Don e Dog Dog também não são personagens muito cativantes. Até tentam nos convencer de que eles são, de fato, amigos inseparáveis, mas em boa parte da história eles não tem muita conexão. A dinâmica dos personagens lembra bastante a de Alegria e Tristeza no primeiro filme de Divertida Mente, com um personagem muito animado e sonhador e outro pessimista e desesperançoso.

Acredito também que muitas histórias foram apresentadas de uma vez sem que nenhuma fosse verdadeiramente aprofundada. Além da saga dos protagonistas, também acompanhamos um pouco das outras marionetes que ficaram para trás no teatro e dois adolescentes que querem roubá-las e vendê-las. O problema não é que existam tramas paralelas, mas que elas não sejam bem exploradas. Quando a história foca em Don as coisas ficam mais interessantes. Sinto que se toda a trama fosse focada nele e em sua jornada pessoal, seria bem mais legal de ver. As vezes parece que todas as outras coisas são só uma forma de estender mais a história. Também parece que pegaram três histórias diferentes, que separadamente seriam até bacanas de ver, e juntaram tudo em uma só.

Além da semelhança com Divertida Mente na relação dos protagonistas, dá para notar semelhanças com outros longas animados. O fato de a história ser sobre bonecos vivos logo te faz pensar na franquia Toy Story. Porém, não é só nesse aspecto que as similaridades terminam. Uma cena em específico é bastante parecida com um momento de Toy Story 3. Eu poderia até dizer que essa seria uma tentativa de cópia disfarçada, contudo, essa teoria cai por terra quando ficamos sabendo que os escritores desse longa são os mesmos do sucesso da Pixar. Por fim, a ideia de Don se cansar da vida repetitiva que leva me fez lembrar da trama de Detona Ralph, apesar de a marionete não ser um vilão de videogame. Apesar de não ser uma cópia total de nenhum dos citados, as inspirações foram um pouco longe demais. Dessa forma, o filme perde sua identidade e originalidade.

Em termos mais técnicos, a animação é bem bonita. Nada que não tenhamos visto em qualquer filme animado em 3D dos últimos anos, mas ainda assim, bonita. Quando a história foca nos momentos da imaginação de Don, o estilo escolhido lembra bastante Gato de Botas 2: O Último Pedido e os filmes da recente franquia do Aranhaverso, com aquele traço que remete ao 2D, mas, na verdade, é um 3D estilizado. A dublagem também está excelente com Hélio Ribeiro (dublador de Steve Martin, Robert De Niro e outros) dando voz ao protagonista. A trilha sonora é simples, mas cumpre bem seu papel.

De modo geral, Os Inseparáveis é uma animação bem ok. Pensada em agradar apenas o público infantil com personagens coloridos e seções musicais, a história se arrasta em algumas partes e não desenvolve tão bem sua trama mais interessante. Para as crianças, vai ser um filme bem divertido de assistir. Para os adultos, fica uma história que tinha potencial, mas que foca nas coisas erradas e perde a oportunidade de ser mais interessante.


Os Inseparáveis

Direção: Jérémie Degruson
Ano: 2023
Gêneros: Animação
Elenco: Eric Judor, Jean-Pascar Zadi, Ana Girardot, Chris Marques, Laurence Huny e mais.
Duração: 1h30 min.
Nota: 2/5 ⭐⭐

Sobre o Autor

Luane Mota
Luane Mota
Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.

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