Crítica | Only Murders in the Building (4ª temporada)

Crítica | Only Murders in the Building (4ª temporada)

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Se tem uma série que merece elogios atualmente é Only Murders in the Building. Em tempos cada vez mais as produções são demoradas e as temporadas chegam em espaços prolongados, ter uma série com 10 episódios saindo uma temporada por ano em quatro anos seguidos é um alento. E o melhor de tudo, sem perder a sua qualidade e essência.

Seria muito fácil para uma série desse tipo ficar repetitiva, e há alguns elementos que infelizmente não tem como escapar da repetição. Afinal de contas, que coincidência bizarra sempre acontecerem mortes próximas do trio de protagonistas que são criadores de um podcast justamente sobre homicídios, não é mesmo?

Tirando isso do caminho, vamos falar sobre esse quarto ano. Como fazer para que ele fosse diferente das temporadas anteriores? Se no primeiro ano tivemos uma história mais séria e praticamente pessoal para Mabel (Selena Gomez), o segundo ano trouxe mais elementos da história de Oliver (Martin Short) e o terceiro ano explorou elementos teatrais, é claro que a temporada nova daria mais destaque dramático para Charles (Steve Martin) e usaria esse tempo também para referenciar a indústria cinematográfica.

Uma curiosidade muito legal é que todos os episódios do quarto ano de Only Murders in the Building têm como títulos nomes de filmes. Desde ‘Era uma Vez no Oeste’ a ‘O Casamento do Meu Melhor Amigo’, e sempre tendo ligação com a história contada no episódio. Bem bacana.

Um problema que notei é a necessidade de sempre apresentar pistas falsas para nos distanciar da resolução. Em vários momentos a série nos encaminha para uma linha da investigação que praticamente conclui quem são os culpados ou como a situação se desenrolou, apenas para depois mostrar que não era nada daquilo. A série já fez isso antes, mas aqui senti isso de forma mais intensa.

A personagem de Selena Gomez também teve menos destaque aqui. Senti tanto Mabel quanto a atriz que a interpreta em um ritmo mais devagar aqui, sem ter tantos momentos para brilhar. Se o melhor dela já ficou para trás não sabemos, mas a história deu um jeito de inseri-la mesmo após a perda do seu apartamento na Torre Leste do Arconia. Já Oliver teve momentos legais do seu relacionamento com Loretta (Meryl Streep), finalmente levando ao casamento entre os dois. E Charles, por conta da sua ligação com a vítima da vez, Sazz Pataki (Jane Lynch), teve bons momentos tanto na parte cômica, quanto na dramática.

Sobre a pessoa responsável pelo assassinato da temporada, esperava um pouco mais. Em um determinado episódio fica bem evidente quem é a pessoa, mas depois a série joga pistas falsas para somente no fim voltar ao que já estava claro. A história de fundo, as motivações e até mesmo o encerramento deixaram um pouco a desejar, e por isso coloco essa como a temporada mais fraca das quatro. Porém ainda em um nível bom e satisfatório, só com mais escorregadas que as anteriores.

Por fim, também faltou um pouco mais do podcast. Nas temporadas anteriores, o trio sempre achava momentos para gravar sobre o que estavam investigando. Claro que aqui tinha a situação do filme e por ser um caso tão pessoal para Charles, mas Tim Kono também era alguém próximo de Mabel e isso não impediu, pelo contrário, foi o que começou toda a história.

E, como sempre, Only Murders in the Building já deixa o gostinho para a quinta temporada, já confirmada e com previsão de estreia para 2025. Que delícia, somente um ano de espera. Aprendam produtores de séries, aprendam. E o novo ano parece promissor, com duas histórias cruzadas já sendo apresentadas. Vamos torcer para que seja divertido.


Only Murders in the Building – 4ª temporada

Elenco: Steve Martin, Martin Short, Selena Gomez, Michael Cyril Creighton, Paul Rudd, Meryl Streep, Eugene Levy, Eva Longoria, Zach Galifianakis, Jane Lynch, Jin Há e mais.
Episódios: 10
Disponível: Disney+

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

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