Crítica | O Dia do Chacal (1ª temporada)
Uma das séries mais comentadas do final de 2024, O Dia do Chacal é uma adaptação do livro de mesmo nome lançado em 1971 e escrito por Frederick Forsyth, sendo inspiração para diversas obras de espionagem e suspense como a franquia Missão: Impossível e Identidade Bourne, por exemplo.
Nesta versão temos Eddie Redmayne no papel do protagonista, um assassino de aluguel que é contratado por figurões da elite para realizar missões “silenciosas”. No entanto, quando ele não é pago por um dos seus trabalhos, sua vida pessoal e profissional vai se chocar e colocar em risco tudo o que ele construiu, ao mesmo tempo que uma investigadora (Lashana Lynch) está cada vez mais perto de descobrir a identidade secreta do Chacal.
Um início empolgante, mas vai perdendo o ritmo…
Os episódios iniciais de O Dia do Chacal, quando acompanhamos a primeira missão (mostrada na série) do personagem de Redmayne, são muito bons. Tanto pela dinâmica, quanto por vermos pela primeira vez a forma como ele ‘trabalha’. Os disfarces, o preparo, o estudo, até o tempo de espera para poder agir. Com essa apresentação já entendemos que o Chacal é super preparado, metódico e principalmente eficiente.
Em alguns momentos, O Dia do Chacal me lembrou o filme O Assassino, de 2023, filme do cineasta David Fincher. No entanto, a série se perde principalmente quando novas tramas vão sendo adicionadas e o miolo acaba sendo desenvolvido através de muitas repetições. Quase sempre o Chacal aceita um trabalho, precisa passar alguns dias desenvolvendo o plano, para na hora ou algo dar muito errado e ele precisar improvisar para conseguir finalizar, ou ele consegue tão rapidamente que mal é mostrado em tela.
Outra coisa que faz a série perder o ritmo é toda a trama envolvendo a investigação do MI6 e principalmente a investigadora Bianca, vivida por Lynch. Ela deveria ser a heroína do público, a mocinha da história que vai combater o vilão assassino. Porém, sem carisma e com uma sucessão de erros que em nada justificam o prestígio que o texto da série dá à personagem, fica muito mais fácil torcer pelo Chacal do que por ela.
Uma série elegante
Se tem um elogio que precisa ser feito a essa série é a elegância que ela transmite. O design de produção e os ângulos de câmera utilizados contribuem para isso, além da ótima atuação de Eddie Redmayne. Sempre que ele está em tela, todos ao seu redor também acabam sendo engrandecidos. Por isso a série perde tanto quando foca no outro lado, já que nem história, nem atuação conseguem manter o mesmo nível.
Até mesmo o lado que explora mais as famílias, tanto do assassino, quanto da investigadora, são desbalanceados. A família de Charles (Redmayne) tem nuances interessantes e a cada nova descoberta, a sensação de que será impossível retomar a normalidade daquele lar cresce. Já com a família de Bianca, decisões inacreditáveis são tomadas a cada novo episódio, a ponto de se questionar os motivos de cada atitude que principalmente o marido (Sule Rimi) toma.
Vale a pena assistir O Dia do Chacal?
A série tem altos e baixos, sendo os melhores momentos muito bons e os momentos de baixa também bastante evidentes. Um dos ‘pecados’, ao meu ver, é não finalizar a história no primeiro ano, e ela já foi renovada para uma segunda temporada e, ai sim, deve tratar de resolver as muitas pontas que ficaram soltas e tramas em aberto. Há potencial para melhorar ainda mais.
É uma boa série, nada tão espetacular como já vi sendo dito em outras avaliações. Tem elementos legais, outros nem tanto, mas no geral é uma série que vale ser assistida.
O Dia do Chacal (1ª temporada)
Roteiro: Ronan Bennett, Jessica Sinyard, Charles Cumming, Shyam Popat
Elenco: Eddie Redmayne, Lashana Lynch, Úrsula Corberó, Chukwudi Iwuji Eleanor Matsuura e mais.
Episódios: 10
Disponível em: Disney+
Nota: ⭐⭐⭐ (3/5)
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