Crítica | Nickel Boys

Crítica | Nickel Boys

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Talvez o filme mais experimental desta temporada de premiações. Nickel Boys (ou O Reformatório Nickel, no Brasil), é mais uma produção que remonta para os anos 60 e 70 nos Estados Unidos, durante um dos períodos mais complicados da segregação racial e marcado pela luta pelos Direitos Civis no país, no entanto, ao apostar na câmera subjetiva em primeira pessoa, esta ganha em imersão do público – ainda que sofra com a falta de profundidade nos temas abordados.

Indicado nas categorias de Melhor Filme e Roteiro Adaptado no Oscar 2025, o longa é baseado no romance homônimo de Colson Whitehead e acompanha a amizade entre Elwood (Ethan Herisse) e Turner (Brandon Wilson), dois adolescentes negros que estão sob custódia de um reformatório juvenil na Flórida, nos anos 1960.

Dentro das atrocidades cometidas nesse lugar, somos imersivos nestas relações. Em diversos momentos, a produção é muito feliz ao nos impactar como se estivéssemos um jogo de videogame, tamanho a ligação que criamos com os protagonistas. No entanto, o que fragiliza o filme é a falta de inovação no roteiro, com exceção do plot final (que falarei na sequência), a trajetória apresentada é a mesma de tantas outras produções que utilizam os anos 60 e 70 como base.

Confusão proposital

Durante o longa, por diversas vezes a direção opta pela mudança de percepção entre os protagonistas, o que pode causar estranhamento – e, sim, ocasiona. Porém, o terceiro ato esclarece os motivos para os quais isso ocorre e deixa claro que a confusão era proposital. Sem dar spoilers, mas o objetivo do filme é que o espectador entenda Elwood e Turner como uma mesma pessoa e isso engrandece a produção.

Nickel Boys é o ‘patinho feio’ deste Oscar, mas não merece tal rótulo. Ainda que esteja abaixo, tanto em criatividade, quanto em potência cinematográfica, ainda garante uma experiência estonteante e que, no final, surpreende de forma muito precisa.


Nickel Boys (O Reformatório Nickel)

Direção: RaMell Ross
Roteiro: RaMell Ross e Joslyn Barnes
Ano: 2024
Elenco: Ethan Herisse, Brandon Wilson, Aunjanue Ellis-Taylor, Hamish Linklater, Gralen Bryant Banks e mais.
Duração: 2h21min.
Disponível em: Amazon Prime Video.

Sobre o Autor

Leonardo Pereira
Leonardo Pereira
Jornalista, 26. Repórter no Folha do Mate, podcaster no Na Tabela e HTE Sports. Pitacos sobre cinema e cultura pop no Entre Sinopses.

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