Crítica | Música (2024)
Criatividade, representatividade e loucura. Essas três palavras descrevem de forma precisa o que pensei ao assistir o filme Música, escrito, dirigido e estrelado pelo ator Rudy Mancuso.
Um jovem natural de New Jersey, mas descendente de uma brasileira, chamado Rudy (sim, personagem e ator são homônimos) que é atormentado pela música. Em todo lugar e quase a todo tempo, os sons em sua volta se transformam em ritmo, o que faz com que ele esteja sempre distraído e distante. Rudy namora Haley, uma jovem rica e inteligente, que quer que “ele tome um rumo na vida”, deixando para trás o que ele mais gosta de fazer. Certo dia, ele conhece Isabella, uma brasileira que, finalmente, parece entender sua percepção única do mundo. A partir daí, Rudy se encanta por ela e sua vida muda completamente.
O que mais me chamou atenção na obra foi a forma única e inventiva de contar a história. Como você já deve imaginar pelo título, a música está muito presente em toda a trama. Desde pequenos sons do dia-a-dia até canções de fato, tudo é muito rítmico e se encaixa bem com o roteiro. Algumas cenas são bem lúdicas, com um clima teatral e criativo. Parece que com o passar da história tudo vai ficando cada vez mais surrealista, o que, em minha visão pessoal, demonstra de maneira clara a confusão da mente do protagonista.
Em questão da trama em si, reconheço que não tem nada de muito novo, apesar de ser baseada em fatos. Um protagonista confuso que precisa aprender a tomar as próprias decisões e lidar com as consequências de suas escolhas. É basicamente isso. Apesar da inventividade na forma de contar essa história, algumas informações jogadas ao longo dela são literalmente isso. Jogadas lá e nada mais. Acredito que faltou aprofundar alguns acontecimentos da história não só de Rudy, mas da de Isabella também. Ela parece ser uma personagem interessante, mas o roteiro não deixa muito espaço para ela se desenvolver. Entendo que o foco não é realmente esse, porém, ainda sinto que poderia ter sido feito de outra forma em que certas informações poderiam ser melhor aproveitadas.
Saindo do âmbito da história em si, acho fantástico um filme internacional, apesar de o mesmo ter brasileiros envolvidos em sua produção, fazer questão de exaltar a cultura do Brasil. É difícil ver produções como essas enaltecendo outros aspectos de nossa cultura fora o futebol e o samba. Ao decorrer do longa podemos escutar uma variedade de ritmos e ver pessoas de peles e corpos diferentes representando o país do jeito que ele realmente é: diverso. A princípio deu uma sensação meio estranha ao ouvir os personagens misturarem o português e o inglês em seus diálogos, mas só foi só questão de costume mesmo. Como isso não é algo muito comum de se ver, é normal ter esse estranhamento.
De modo geral, me diverti bastante com o longa. Ele é divertido, criativo e maluco. Quem assiste precisa se desprender um pouco da realidade para conseguir aproveitá-lo de forma mais completa. Não é nenhuma obra-prima, mas também tá longe de ser ruim. Entendo que nem todos vão gostar, mas ainda assim, acho válido conferir pela experiência e pela questão cultural envolvida na obra.
Música
Direção: Rudy Mancuso
Ano: 2024
Gêneros: Comédia romântica.
Elenco: Rudy Mancuso, Camila Mendes, Francesca Reale, J.B. Smoove, Maria Mancuso e mais.
Duração: 1h31min
Nota: ⭐ ⭐ ⭐ (3/5)
Sobre o Autor
- Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.
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