Crítica | Maria Callas (2024)
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Maria Callas: você já ouviu falar sobre ela? A cantora de ópera dá título ao filme biográfico que é um dos longas que chegam no circuito da temporada de premiações. Protagonizado por Angelina Jolie (que perdeu o Globo de Ouro para Fernanda Torres), o filme tem uma história simples e ao mesmo intensa. Será que vale o seu ingresso e audiência? Vamos lá!
O Entre Sinopses esteve no lançamento do filme à imprensa brasileira e posso dizer: não é filme para todos, mas entrega muitas reflexões, especialmente para quem vive da arte e/ou criatividade.
História de Maria Callas
O diretor chileno Pablo Larraín encerra sua trilogia de cinebiografias femininas com Maria Callas. O filme retrata os últimos dias da lendária cantora de ópera em Paris, nos anos 70, explorando suas memórias, traumas e amores. Conhecido por filmes como Jackie e Spencer, Larraín mais uma vez traz um olhar íntimo e trágico à vida de uma mulher icônica.
Das maneiras possíveis a se entender a história do filme, posso descrevê-lo como uma “carta suicida”. Em um hiato profissional graças às delibidades que uma vida de traumas, abusos e sofrimentos pode ter, Maria Callas vive dias de reflexões, autoafirmações sobre as escolhas mais erradas e mais corretas.
Mas Maria Callas é bom?
Se você gosta de filmes com reviravoltas, novidades a todo momento ou uma grandiosa história ou mistério, talvez não seja esse que vá agradar. Arrisco dizer que possa sentir um pouco de sono, mas antes que a vontade de dormir vença, ele acabe.
Por outro lado, para quem desconhece o nome e vida da cantora, pode encontrar um elemento de novidade e se entreter com a narrativa.
De todo modo, assistir como uma diva lidou com o lado ruim de ser o centro das atenções, convivendo com fantasmas causados por um passado de dor, aliado a automedicação que no lugar de controlar problemas psicológicos só fizeram piorar tudo, entrega grandes reflexões.
Maria Callas só se preocupa consigo e em mostrar como ela é importante. Isso digo sobre o filme e sobre a personagem.
Quando quiser pensar sobre os modos insanos em que uma diva opera (planejando inconsciente a própria morte), assista a este filme, pois ele retrata isso.
Ainda vale citar outros dois pontos: há um capricho em mencionar o grande tóxico amor da cantora e o estilo visual dela, por exemplo. Por outro lado, isso distancia muito no quanto a atriz Angelina Jolie se parece com a cantora.
Acredito que isso não seja um problema. Revendo imagens antigas da diva, é notável o compromisso da atriz no trabalho, que realmente é digno de indicações a premiações. Angelina se entregou ao personagem e fez isso muito bem.
Detalhes importantes e positivos
Por fim, é necessário ressaltar que o filme é lindo e quando consegue puxar o espectador a imergir na narrativa é como se estivessemos na cabeça de Maria.
Vemos a vida como ela vê, passamos por seus fantasmas como se fossem pessoas reais, nos vemos parte de cada lembrança, pois é assim que a tela se apresenta e entramos junto. Sem contar que há cenas que parecem pinturas de tão lindas.
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Seja a beleza de Angelina combinada ao talento da atriz, mais a fotografia aliada aos filtros de imagem escolhidos, há alguns recortes que são belíssimos de se ver. Ainda mais com várias passagens em Paris, tendo como pano de fundo a Torre Eiffel.
Em resumo, não é um filme que assistiria de novo, mas fico feliz em ter assistido.
Maria Callas
Direção: Pablo Larraín
Ano: 2024
Elenco: Angelina Jolie, Pierfrancesco Favino, Alba Rohrwacher e mais.
Duração: 2h03min.
Nota: ⭐⭐⭐💫 (3,5/5)
Sobre o Autor
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- Jornalista de formação, sou redatora há 10 anos. Já escrevi de tudo um pouco e agora estou mergulhando no universo do entretenimento. Há muito o que se descobrir por aí e é através da comunicação que quero fazer isso: this is the way!
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