Crítica | Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu

Crítica | Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu

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Os Looney Tunes retornam aos cinemas, agora para a sua primeira aventura 100% animada nas telonas. Ou seja, nada de misturar animação e live-action como nos clássicos Space Jam: O Jogo do Século (1996) e Looney Tunes: De Volta à Ação (2003).

Em O Dia Que a Terra Explodiu acompanhamos Gaguinho e Patolino precisando parar uma invasão alienígena que está buscando controlar a mente das pessoas através de chicletes infectados com uma gosma extraterrestre. Mas será que eles conseguirão resolver as diferenças para salvar o planeta?

Uma aventura divertida e familiar

Neste filme somos apresentados a uma espécie de ‘universo alternativo’ em que os nossos protagonistas, Gaguinho e Patolino, serão encontrados ainda bebês por um Fazendeiro, que os cria como se fossem filhos dele. Então, conforme vão crescendo, esses irmãos passam a tomar conta da casa em que moram após a morte do Fazendeiro.

Porém, sem nunca ter tido uma noção de responsabilidade de verdade, a dupla precisará buscar um emprego para conseguir, dentro de 10 dias, consertar a casa para não perder a propriedade e ficarem na rua, além de desonrar a memória do Fazendeiro. É ai que eles encontram Petúnia, a outra personagem dos Looney Tunes presente no filme. Ela trabalha em uma fábrica de chicletes e os leva para cumprir uma tarefa fácil por lá: apertar um botão e puxar uma alavanca.

Quando Gaguinho, apaixonado, tenta xavecar Petúnia, Patolino fica sozinho e busca fazer amizade com um cientista. O que ele não esperava era descobrir que esse cientista estava infectado e deu início à manipulação dos chicletes, que ao serem mascados, passam a controlar a pessoa. Patolino tenta avisar, mas ninguém acredita nele (com razão, visto que o personagem não é digno de muita confiança).

Percebem como essa é uma história simples e familiar? Já vimos situações parecidas tanto dentro da própria cronologia dos Looney Tunes como em outros desenhos, de formas e realizações diferentes, mas com propostas bem parecidas. E isso é um dos pontos fortes do filme. Ele não precisa “inventar a roda” ou buscar ser diferentão para entregar algo básico e diferente, algo que vem fazendo falta em muitas produções recentes.

Mais contido, porém não menos lunático e explosivo

Apesar de carregar no título o nome Looney Tunes, nem de longe temos o elenco completo dos personagens aqui. A principal ausência é Pernalonga, sem dúvidas, mas também não temos Piu-Piu, Frajola, Taz, Papa-Léguas, Coyote, entre outros. O foco é totalmente em Gaguinho, Patolino e Petúnia.

Isso permite uma trama mais intimista e contida, desenvolvendo novas dinâmicas entre esses personagens. Gaguinho e Patolino são tratados aqui como dois irmãos adotivos que se amam, mas que tem muitas questões mal resolvidas entre si. Por exemplo, Patolino é impulsivo e não consegue seguir regras, enquanto Gaguinho é tímido e envergonhado. Essa relação entre os dois é a principal lição do filme, mostrando que mesmo tão diferentes, o carinho e amor de irmãos supera todas as adversidades.

Outra dinâmica interessante é o interesse romântico de Gaguinho com Petúnia. As vezes retratados assim em outras histórias, mas nem sempre, você consegue comprar o romance que surge aos poucos, primeiro de forma platônica e que depois vai se desenvolvendo a ponto de mostrar que Petúnia também gagueja quando está nervosa. É bem bonitinho, gostei de ver.

E ainda tem boas surpresas!

O principal vilão do filme é um alienígena chamado O Invasor, que é quem coloca em ação o plano de usar os chicletes para dominar a mente das pessoas. Ele é engraçado, afetado e seu plano tem objetivos maiores do que a simples dominação. E, claro, após isso tudo, não passa de uma grande bobagem, como tudo nesse universo.

Gostei muito do personagem e como ele é inserido na trama. Não há grandes pesos ou consequências, mas se você achava que iria encontrar isso em uma história dos Looney Tunes a expectativa errada veio de você e não do filme.

Vale a pena assistir Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu?

Uma grata surpresa e que felizmente conseguiu ser resgatada para sair nos cinemas. No Brasil, a distribuição é da Paris Filmes e não da Warner Bros, que acabou revendendo os direitos de exibição do longa-metragem em mais uma ação do CEO David Zaslav.

Vale muito a pena assistir, principalmente se você já é um fã de longa-data desses personagens. Também dá para servir como uma introdução a um novo público, mas acredito que quem já viu pelo menos alguma animação dos Looney Tunes vai aproveitar melhor a experiência. E acredito que dá para divertir tanto crianças, quanto os adultos!

Por fim, está longe de ser um filme inovador, perfeito ou que vai revolucionar as animações no cinema, mas em uma era de tantas complicações, uma boa dose de simplicidade divertida é, talvez, tudo o que a gente esteja precisando.


Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu

Direção: Pete Browngardt
Ano: 2024 (2025 no Brasil)
Elenco: Eric Bauza, Candi Milo, Peter MacNicol, Fred Tatasciore, Laraine Newman e Wayne Knight (vozes originais). Manolo Rey, Márcio Simões, Ulisses Bezerra e mais. (elenco dublagem em português)Manolo Rey, Márcio Simões, Ulisses Bezerra e mais. (elenco dublagem em português-BR).
Duração: 1h30min.
Nota: ⭐⭐⭐💫 (3,5/5)

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 29 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.