Crítica | Kraven, o Caçador
Em determinado momento de Kraven, o Caçador, em uma cena que deveria ser mais tensa, eu não conseguia fazer outra coisa além de dar risada. Era algo tão ridículo que estava em tela que não tinha como ter outra reação. E isso resume bem o que é esse filme.
Lançado em dezembro de 2024, Kraven é o sexto filme do Universo Sony de Personagens do Homem-Aranha, tentativa de criar um universo cinematográfico com personagens dos quadrinhos do Cabeça de Teia, porém com a decisão de não utilizar o herói.
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O problema não está nas mudanças…
Desde as primeiras informações sobre o filme já havia polêmica. Falaram que ele seria um vegano, defensor dos animais. O que é totalmente contrário ao CAÇADOR que o vilão originalmente é. Algumas coisas se confirmaram, outras não, mas é fato que quem vemos em tela não é o personagem que costuma enfrentar o Homem-Aranha em Nova York.
Porém, mais do que alterar o material-fonte (algo que desde que fosse bem feito não teria problemas), Kraven é um filme remendado, claramente alterado em processos de refilmagens e sem qualquer compromisso em ter o mínimo de qualidade.
Um dos poucos pontos positivos do longa-metragem estrelado por Aaron Taylor-Johnson é a fisicalidade do seu protagonista, que está bem nas cenas de ação e violência — essas são em grande parte legais, mas o uso de efeitos especiais de qualidade duvidosa atrapalha constantemente.
“Eu sou um caçador… de pessoas!”
É difícil escolher o ponto mais negativo do filme. Mas, pensando bem, nada é pior em Kraven, o Caçador, do que os diálogos. Além de diversas frases que estão ali apenas para fazer referências ao que personagens se tornariam no futuro ou para repetir frases como a do subtítulo utilizado acima, há momentos em que parece que não é uma conversa que seres humanos normais teriam. É realmente vexatório.
Um roteiro mal escrito com diálogos porcos prejudica até os atores que tentaram se esforçar minimamente. Calypso (Ariana DeBose) é um instrumento de facilitações narrativas. Nikolai (Russell Crowe) é um estereótipo ambulante. Dmitri (Fred Hechinger) só tem uma função na trama. E Aleksei (Alessandro Nivola) tem um dos arcos de vilão, com direito a um visual tenebroso de CGI, mais ridículos de um universo que aquelas ameaças tenebrosas em Morbius e Madame Teia.
Vale a pena assistir Kraven, o Caçador?
E, para finalizar com chave de desprestígio, Kraven ainda tem coragem de em seus cinco minutos finais acabar com tudo que foi construído sobre o personagem através de uma narração em off e uma vestimenta que não fez o menor sentido de aparecer com o que nos foi dito sobre o personagem, estando ali apenas para referenciar os quadrinhos.
Um desastroso filme, que ainda que tenha sido não criticado neste texto, consegue não ser o pior desse malfadado universo. Esse é o nível dos filmes que a Sony nos entregou. Espero, de verdade, que seja o fim. Ninguém merece mais filmes estragando o potencial desses personagens.
Kraven, o Caçador
Direção: J.C. Chandor
Ano: 2024
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Fred Hechinger, Russell Crowe, Ariana DeBose, Christopher Abbott, Alessandro Nivola e mais.
Duração: 2h07min.
Nota: ⭐ (1,5/5)
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