Crítica | Dia Zero

Sabe quando uma produção te chama atenção pela premissa e por ter um grande elenco? Esse é o caso de Dia Zero, minissérie da Netflix que trouxe Robert De Niro para protagonizar sua primeira produção neste formato. Além dele, o elenco também conta com nomes fortes como Angela Bassett, Jesse Plemons, Lizzy Caplan, Matthew Modine, entre outros.
A trama é a seguinte: após um ataque cibernético que atinge toda a rede de energia e telecomunicações dos Estados Unidos por somente 1 minuto, mais de 3 mil pessoas morrem devido ao caos gerado. Nesse ataque, é feita uma promessa de que um novo atentado irá acontecer em breve. Para investigar e resolver a situação, a presidente dos EUA (Angela Bassett) convoca o ex-presidente George Mullen (Robert De Niro), que tem uma boa popularidade para liderar uma comissão com plenos poderes, que inclusive podem passar por cima dos direitos civis e é considerada autoritária demais. No entanto, conforme a investigação avança, mais segredos sombrios vão sendo descobertos.
Por que Dia Zero é uma decepção?
Com todos os elementos super interessantes que a minissérie apresentou, é muito frustrante chegar ao final dos seis episódios (que variam de 43 minutos a 1 hora) e concluir que Dia Zero é uma produção que não agrada.
O começo é forte e intrigante, prendendo atenção do espectador com uma qualidade técnica impecável além de boas atuações, principalmente de um De Niro que ao mesmo tempo que é imponente e convence como uma figura de pacificação e unificação, também demonstra fragilidades por causa de uma tragédia no passado, segredos muito bem escondidos e principalmente as dúvidas causadas pela idade e saúde mental.
No entanto, conforme a trama vai avançando, as boas ideias vão ficando pelo caminho e encontramos mais uma grande enrolação do que boas resoluções para os mistérios apresentados. Diversos elementos são introduzidos na história apenas para pouco depois saírem de tela e nunca encontrarem uma resposta ou então, quando a resposta vem, ela não é satisfatória. Deixo como exemplo duas subtramas: a que envolve uma arma neurológica chamada Proteus e o personagem vivido por Clark Gregg.
Há também toda uma subtrama envolvendo um youtuber sensacionalista e conspiracionista vivido pelo ator Dan Stevens que parece ter uma grande importância para a história geral, mas que no fim das contas é mais um plot que a série demanda mais de um episódio de atenção, mas é descartado antes do encerramento.
Potencial desperdiçado
Infelizmente, Dia Zero é um compilado de potenciais desperdiçados. Seja pelo elenco grandioso que tem, encabeçado por um dos maiores atores que já existiram, seja pela história tão atual e facilmente identificável, mas que em vez de apresentar boas situações, prefere enrolar-se em repetições para entregar um final bem lugar comum, ou pela chance que tinha de fazer paralelos com a situação política americana.
Apesar de excelente tecnicamente e com elenco estrelado, não foi com essa produção que a Netflix encontrou um novo hit e, mesmo ainda estando no começo do ano, já dá para cravar que essa é uma das mais decepcionantes séries de 2025. Não é ruim, mas decepciona por nunca atingir o que poderia.
Dia Zero (Zero Day)
Criação: Eric Newman , Noah Oppenheim e Michael Schmidt
Elenco: Robert De Niro, Lizzy Caplan, Jesse Plemons, Joana Allen, Connie Britton, Angela Bassett, Dan Stevens, Matthew Modine e mais.
Episódios: 6
Disponível em: Netflix
Nota: ⭐⭐ (2/5)
Final explicado de Dia Zero
O principal plot da minissérie é a investigação para saber quem são os responsáveis pelo ataque cibernético que atingiu os Estados Unidos e matou mais de 3 mil pessoas. Durante a história, as primeiras suspeitas apontam para a Rússia que teria contratado grupos hackers para o ataque. No entanto, os verdadeiros culpados eram na verdade de dentro do governo dos EUA.
Richard Dreyer (Matthew Modine), o congressista e orador da Casa Branca, encabeçou a ação com o apoio de outros políticos, inclusive da deputada Alexandra Mullen (Lizzy Caplan), filha do ex-presidente George Mullen (Robert De Niro). O objetivo era causar pânico e caos para “unir a população” em busca de um mesmo propósito: se reerguer. Então, eles liderariam a comissão que acabou sendo liderada por George Mullen e assim, aproveitando dos seus plenos poderes, tomariam o controle do país. O plano não deu certo pois a presidente Mitchell (Angela Bassett) escolheu George e não Dreyer, que tenta a todo custo fazer o ex-presidente renunciar, mas sem sucesso.
Então, entramos na segunda questão da minissérie: George Mullen está são? A sanidade mental do ex-presidente é colocada em cheque em diversos momentos, com ele tendo lapsos de memória, vendo alucinações visuais e auditivas, além de desenvolver certa psicose. Durante um dos episódios finais, ele faz um teste de sanidade mental e é constatado que está tudo bem, atribuindo ao cansaço a situação. No entanto, também descobrimos sobre um projeto chamado Proteus, uma arma neurológica desenvolvida pelos EUA que pode justamente causar os sintomas que Mullen sentiu. Nunca é dada uma resposta definitiva se Proteus foi realmente usado nele ou não, mas o ex-presidente não apenas consegue resolver o caso, como toma a decisão de revelar os verdadeiros culpados no final, não isentando nem a própria filha.
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