Crítica | Bagagem de Risco

No final de 2024, o filme Bagagem de Risco marcou presença na lista de mais assistidos na Netflix e ao assistir dá para entender o porquê. O longa dirigido por Jaume Collet-Serra e estrelado por Taron Egerton, Sofia Carson e Jason Bateman tem diversos elementos que o fazem ser “degustado” de forma interessante pelo público.

Mas isso será suficiente para considerar essa uma obra de boa qualidade? É o que vamos debater a seguir. Continue me acompanhando na leitura para conferir!

Sobre o que fala Bagagem de Risco?

Ethan é um agente da TSA, Administração de Segurança no Transporte, que trabalha nos aeroportos dos Estados Unidos. Tentando uma promoção no emprego, ele é colocado para trabalhar no raio-x durante um dos dias mais movimentados do ano: a véspera de Natal.

E, claro que tudo de errado poderia acontecer justamente neste dia, quando um criminoso entra em contato com ele e faz a seguinte ameaça: ele deve deixar passar uma mala com um item secreto ou então sofrerá as consequências, inclusive a morte da sua esposa grávida.

Um filme instigante

O começo de Bagagem de Risco é extremamente convidativo. Conseguimos nos identificar com o protagonista e com seus desejos. Seja subir na hierarquia do trabalho, seja conseguir prover e realizar seus próprios sonhos e daquela que ama.

Mas também o filme apresenta um ritmo alucinante, com uma sequência de acontecimentos que praticamente não nos deixa respirar. Em menos de 30 minutos, a problemática é estabelecida e ficamos, assim como Ethan, sem rumo e sem saber o que fazer diante de tal situação.

Afinal, como um agente seu dever é promover a segurança, ainda mais em um dia tão caótico como a véspera de Natal. Mas, como ser humano e esposo, como não fazer aquilo que lhe está sendo ordenado se a vida da sua esposa ficará em risco? É um dilema interessante e bem trabalhado até certo ponto.

Referências e homenagens

Bagagem de Risco também promove uma série de homenagens a outros filmes de ação e thriller, sendo Duro de Matar o mais facilmente reconhecível deles. Não só por ter um homem tendo que salvar a mulher que ama no período natalino, mas pelas situações que o protagonista precisa passar.

Também há referências a filmes como Por um Fio, Velocidade Máxima, Voo Noturno e Chamada de Emergência.

O que não funciona

Quando os planos dos vilões passam a ficar mais mirabolantes do que o aceitável, o filme cai muito de qualidade. Seja pelas facilitações narrativas ou por parecer caminhar em círculos, nunca levando o protagonista adiante.

Ou então, quando a história avança e seu escopo fica conflitante com o tom estabelecido anteriormente. É por isso que o final do filme não funciona em minha opinião, indo para algo mais parecido com o final de Velocidade Máxima (quem assistiu vai entender) ou até franquias mais mirabolantes como Velozes e Furiosos. Há também furos de roteiro e erros de continuidade que são difíceis de não perceber.

Vale a pena assistir a Bagagem de Risco?

Como um bom entretenimento e filme pipoca, daqueles que se não fossem do streaming do Tudum certamente seriam atração da Sessão da Tarde dentro de alguns anos, vale a pena sim. Claro que você precisará fazer algumas concessões e fechar os olhos para alguns defeitos, mas dá para se divertir.

Isso, como já deixei claro, está longe de fazer com que esse seja um filme perfeito. Mas também há caminhos aqui para a Netflix, se for da vontade dela e com o sucesso do filme não duvido, construir uma franquia (alô para você mais uma vez, Duro de Matar).

Bagagem de Risco (Carry-On)

Direção: Jaume Collet-Serra
Ano: 2024
Elenco: Taron Egerton, Jason Bateman, Sofia Carson, Theo Rossi, Danielle Deadwyler, Dean Norris e mais.
Duração: 1h59min
Nota: ⭐⭐⭐(3/5)
Disponível em: Netflix