Crítica | As Marvels
As Marvels (The Marvels, 2023) antes mesmo de chegar aos cinemas já era questionado. Seja pelos primeiros trailers que mais chamaram atenção negativamente, seja pelas temidas regravações e rumores de bestidores, ou pelos haters que só estavam aguardando um tropeço para se vangloriarem de um possível fracasso.
O fato é que o longa dirigido por Nia Da Costa não vai muito além de uma diversão genérica, sem qualquer foco na história que está contando e sim muito mais interessado no que vem por aí. O próprio teaser final, que já dava um gostinho de uma das surpresas do filme, afirmava EM PALAVRAS isso.
Na trama, uma singularidade entrelaça os poderes de Carol Danvers (Brie Larson), Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan (Iman Vellani) e faz com que, toda vez que as heroínas usem seus super-poderes, elas troquem de lugar umas com as outras. Isso é causado pelas ações de Darr-Benn (Zawe Ashton), a atual líder do povo Kree que busca roubar os recursos naturais de outros planetas para tornar possível viver novamente em Hala, planeta-Natal dos Kree.
Pela sinopse já dá para imaginar que se trata de uma história genérica e que pouco anima. E a execução só não é pior pois as interações entre o trio de protagonistas é muito boa, principalmente quando partem da empolgação de Vellani como Kamala. É nítido que a atriz é a personagem, o brilho dos olhos não é somente atuação e sim algo que a própria pessoa está sentindo. É esse tipo de sensação que os fãs querem ver nas atuações de quem trabalha em longas de super-heróis.
Mas o grande problema do filme é a montagem. Com menos de 2 horas de duração, o filme foi claramente picotado, seja para remover tramas que foram descartadas ou para tornar a experiência mais rápida, já imaginando um possível fracasso de bilheteria. Nem isso salvou. Pelo contrário, atrapalhou a experiência.
Há saltos de uma cena para a outra que não fazem o menor sentido, além de soluções rasteiras e pouco convincentes. A família de Kamala, por exemplo, é levada a uma estação espacial sem a menor explicação razoável para isso. Claro, somente para render uma ceninha envolvendo gatinhos mais para frente no longa.
Darr-Benn, a vilã do filme, tinha motivações interessantes e que se melhor trabalhadas, poderiam fazê-la uma ameaça interessante. Mas além da atuação de Ashton estar super afetada e sem inspiração, os embates em nada empolgam.
Por fim, o filme se resolve com uma série de Deus Ex Machinas e promessas para um futuro que pode ou não ser próximo, já que a bilheteria foi a pior de todo o Universo Cinematográfico Marvel e isso pode afetar até mesmo a continuidade de histórias interessantes que dali poderiam vir.
The Marvels, o primeiro filme protagonizado por três heroínas da Marvel em conjunto, falhou. Não por ter mulheres à frente da atuação e direção, isso é papo de gente que destila seus preconceitos sem analisar as obras. Mas sim por não querer (ou saber) entregar uma história que justificasse a existência do longa-metragem. Que ainda haja um futuro para Carol, Monica e Kamala, e que seja mais digno do que as personagens merecem.
As Marvels (The Marvels)
Direção: Nia da Costa
Ano: 2023
Gêneros: Ação, aventura e ficção científica
Elenco: Brie Larson, Teyonah Parris, Iman Vellani, Zawe Ashton, Samuel L. Jackson e mais.
Nota: ⭐⭐ (2/5)
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