Crítica | Aquaman 2: O Reino Perdido

Crítica | Aquaman 2: O Reino Perdido

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2023 não foi um ano fácil para os filmes da DC Comics. Com o anúncio da reformulação e início de um novo universo comandado por James Gunn a partir de 2025, os filmes que ‘sobraram’ enfrentaram a falta de desejo do público em assisti-los e campanhas de marketing (ou falta de marketing), bilheterias toscas e críticas mais negativas do que positivas.

Então Aquaman 2: O Reino Perdido chega no mês de dezembro para fechar os lançamentos de blockbusters de 2023 e, ainda que não tenha sido planejado para isso, encerrar o Universo Estendido da DC (DCEU), iniciado lá em 2013 com o lançamento de O Homem de Aço e melancolicamente finalizado sem nunca atingir o potencial desejado por fãs, críticos, cineastas e, principalmente, as empresas por trás dos filmes.

E como se não já fossem problemas o suficiente, a produção de Aquaman 2 encarou inúmeras dificuldades. A pandemia, as mudanças de planos do estúdio, regravações, as questões judiciais envolvendo a atriz Amber Heard, as reações negativas nos primeiros testes de audiência… No fim das contas, tudo isso é sentido de alguma forma nesta sequência.

Aquaman (Jason Momoa) concilia sua vida como Rei de Atlântida e pai do pequeno Arthur Jr. Quando o vilão Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), em busca de vingança do herói, entra em contato com um artefato místico, um novo e temido poder ameaça a vida tanto na superfície, quanto na profundeza dos mares. Então, a esperança é buscar a ajuda de Orm (Patrick Wilson).

Há o que gostar em Aquaman 2. A dinâmica de irmãos de Aquaman e Orm é muito divertida e carrega os melhores momentos do filme. O próprio longa faz questão de citar personagens como Loki, uam vez que a relação é muito parecida com a dos irmãos asgardianos em Thor: O Mundo Sombrio (2014). O carisma de Momoa no papel principal também se sobressai, ainda que o ator esteja cada vez mais sendo ele mesmo em tela.

Mas também há o que reclamar do filme. Os efeitos especiais, para um filme de mais de 200 milhões de dólares de orçamento, são porcos. A falta de consequência também não ajuda a dar peso às tramas e dramas que o filme insiste em amenizar colocando piadas logo após os acontecimentos. Também parece haver uma desconexão entre cenas em praticamente todo o filme, exceto no ato final.

Todos os problemas que envolveram a produção do filme praticamente apagaram as referências e o fato deste ser um integrante, ainda que a reta final, de um universo compartilhado. É praticamente um filme isolado. Isso poderia ser positivo, mas não é. Como encerramento de um universo, Aquaman 2 não é um encerramento. Como segundo filme de uma franquia, tem seus méritos, mas fica abaixo do antecessor.

Aquaman 2: O Reino Perdido força nas piadas, se apoia em uma boa dinâmica e no carisma do ator que protagoniza o filme, mas falta força em todo o resto para justificar a sua existência. Um fim melancólico de um universo compartilhado que nunca chegou lá de verdade.


Aquaman 2: O Reino Perdido (Aquaman and the Lost Kingdom)

Direção: James Wan
Ano: 2023
Gêneros: Ação, aventura e fantasia
Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Yahya Abdul-Mateen II, Nicole Kidman, Amber Heard e outros.
Nota: ⭐⭐ (2/5)

Sobre o Autor

Heider Mota
Heider Mota
Baiano, 28 anos, jornalista. Gosto de dar meus pitacos sobre filmes e séries por aqui.

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