Crítica | A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets

Crítica | A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets

Compartilhe nas redes!

Mais de 20 anos após o lançamento do longa original, o Aardman Studios em parceria com a Netflix traz de volta A Fuga das Galinhas, animação tão clássica do comecinho dos anos 2000.

Nessa nova aventura, chamada de A Ameaça dos Nuggets, a protagonista Ginger vive uma vida tranquila ao lado de suas amigas e seu parceiro Rocky em uma ilha reclusa. Ali nasce a mais nova integrante da família, Molly, que carrega o espírito aventureiro e corajoso de sua mãe. Conforme vai crescendo, Molly percebe que há uma vida fora de seu lar e decide explorar o que há por lá. Por causa disso, ela acaba indo parar em uma granja tecnológica onde corre o risco de virar uma porção de nuggets.

A premissa do longa é basicamente inversa a do original. Se antes Ginger queria sair do galinheiro e ser livre, Molly, quer saber o que acontece lá, afinal, ela nunca saiu do local onde nasceu e não conhece nada além de sua bolha.

A história contada aqui é muito diferente do original em vários aspectos. O clima mais divertido, com certeza, é o grande diferencial. Não que não existam momentos de humor na animação de 2000, mas não são tão presentes quanto no novo longa. Além disso, todo o clima da obra está muito mais leve, desde as cores e cenários até mesmo o significado mais profundo da história em si.

Apesar desse clima tão diferente, ainda assim eu aproveitei o filme. Ele me rendeu boas risadas e me trouxe um sentimento gostoso de nostalgia. O retorno de boa parte dos dubladores originais ajuda ainda mais nessa boa sensação, sem dúvidas. Além do mais, algumas cenas são referências diretas ao longa original e isso só faz com que a nostalgia fique ainda mais forte.

Liberdade é uma palavra repetida mais de uma vez ao longo da história e que ressoa o tempo todo para as personagens, cada uma a sua maneira. Inclusive, o fato de a personalidade da mãe e da filha serem tão parecidas traz alguns conflitos interessantes, mas que, felizmente, são resolvidos num bom ritmo, com a dose certa de drama e bom humor.

A vilã, Sra. Tweed, continua completamente obcecada com o extermínio das galinhas, mas surpreendentemente menos amedrontadora do que antes. Talvez isso aconteça pelo fato de ela em si não ser tão importante na trama, talvez pelo fato dela nem estar tão presente em boa parte da história.

Em quesitos técnicos, não há do que reclamar. A técnica de animação em stop-motion, que consiste de várias fotos tiradas em sequência para causar a impressão de movimento, continua tão impressionante como era 20 anos atrás. É, com certeza, uma técnica bizarramente incrível e que merece mais valorização das pessoas. Já imaginou ficar tirando foto de bonequinho de argila durante meses, as vezes anos, pra fazer um filme?

Em resumo, A Fuga das Galinhas 2 é uma boa continuação. Não supera o primeiro, porém é divertido, interessante e traz uma lição muito bacana sobre liberdade, relação entre pais e filhos e críticas à indústria alimentícia. Entendo o lado de quem não gostou porque estava esperando algo mais similar ao longa de 2000, no entanto, ainda enxergo como uma boa opção de lazer, principalmente para as crianças de hoje que não assistiram ao original.

Texto: Luane Mota


A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets

Direção: Sam Fell
Ano: 2023
Gêneros: Animação, comédia, aventura.
Elenco: Zachary Levy, Thandiwe Newton, Bella Ramsey, Lynn Ferguson e mais.
Nota: ⭐⭐⭐ (3/5)

Sobre o Autor

Luane Mota
Luane Mota
Baiana, 22 anos, estudante de Cinema e Audiovisual. Apaixonada por animações e videogame. Amo falar e escrever sobre meus filmes, séries e livros favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *