Apostar “seguro” é a decisão correta da Marvel

Apostar “seguro” é a decisão correta da Marvel

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Sou fã, quero service. A frase proferida por Érico Borgo na análise de Batman vs Superman em 2016, pode ser a definição ideal para os anúncios da Marvel na San Diego Comic-Con no último sábado, 27. A crise na Casa das Ideias após o ápice alcançado em Vingadores: Ultimato é nítido e, somado aos problemas de Jonathan Majors – até então a grande aposta para a vilania das fases seguintes do universo -, desencadeou o botão de ‘service’ de Kevin Feige e companhia.

No momento onde Robert Downey Jr., ex-Homem de Ferro, retira o capuz e revela ser o novo Victor Von Doom, o Doutor Destino, grande vilão do Quarteto Fantástico e da Marvel nos quadrinhos, é a hora onde todo fã abre um sorriso. O ‘rosto’ da franquia, junto de Chris Evans como Capitão América (que deu o ar da graça, um pouquinho diferente, em Deadpool & Wolverine), Downey Jr. é, sim, apostar no que já deu certo, mas também é uma possibilidade de fazer algo que nos quadrinhos é muito comum, misturar linhas temporais e revisitar o passado.

Para cumprir essa missão, os diretores Joe e Anthony Russo, responsáveis pelos Vingadores Guerra Infinita e Ultimato, Capitão América Guerra Civil e outros grandes sucessos da saga. Assim como Downey Jr., o objetivo é jogar simples. Não há invenção, até porque as tentativas de mudanças deram errado.

É bem possível que os próximos Vingadores, Doomsday e Guerras Secretas, sejam novamente a união de grandes heróis e a batalha termine com Downey Jr. como protagonista – desta vez, como vilão. E, sendo bem sincero, acerta a Marvel. Os problemas de Majors fora das telas impossibilitaram o planejamento original, que já passava por questionamentos pelo desenvolvimento complicado dos últimos longas, sendo assim, porque seguir arriscando? Eu não, prefiro ir na jogada certa e que está dando tão certo – assim como ficou claro em Deadpool & Wolverine, que não reinventa a roda, mas acerta no que se compromete: nostalgia e diversão.

E esta não é uma realidade exclusiva de Feige e da Casa das Ideias. Pelo contrário, o mundo nos últimos anos abraçou a nostalgia, os revivals e o reencontro com um mundo mais leve, seja de quando éramos crianças, adolescentes ou da nossa fase jovem. É confortável ser nostálgico, esquenta o coração e traz tranquilidade. E, além de tudo, é divertido se sentir assim. Por conta disso, sagas dos anos 80 retornaram, personagens queridos fazem aparições em universos conhecidos e nunca, em toda a história da produção audiovisual, se prezou tanto por referências e por acalentar os fãs. 

Como grande universo do século XXI, a Marvel aposta ‘certeiro’, com uma odd baixa – a multiplicação das casas de apostas -, mas que pode, e provavelmente vai, render ótimos frutos. Talvez não seja com roteiros perfeitos ou arcos totalmente encaixados, mas com sequências apaixonantes e divertidas. A gestão de crise de Feige foi entregar o que os fãs tanto amam, o famoso service. E sim, sou fã e quero service.

Sobre o Autor

Leonardo Pereira
Leonardo Pereira
Jornalista, 24. Repórter no Folha do Mate, podcaster no Na Tabela e HTE Sports. Pitacos sobre cinema e cultura pop no Entre Sinopses.

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