A franquia Premonição envelheceu como vinho e eu posso provar

A franquia Premonição envelheceu como vinho e eu posso provar

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Quando o assunto é o gênero de terror, o tempo é um adversário desleal para as franquias. Em especial aquelas com inúmeras continuações – muitas em um curto espaço de anos. A fragilidade dos enredos, a precariedade dos efeitos visuais e as atuações dignas de Framboesa de Ouro, são os principais responsáveis por tornar franquias ‘datadas’. Não para Premonição.

No entanto, mesmo que esse efeito sirva para produções dos anos 80, 90 e 2000, sempre há as exceções – que comprovam a regra? Sim. É o caso de Premonição, um dos grandes fenômenos dos anos 2000 e que sofre com todos os problemas citados acima, seja pelo baixo orçamento ou pelas dificuldades tecnológicas. Mas, ainda assim, ela se sobressai e continua sendo divertida nos dias de hoje.

Fator trauma de Premonição

Pois é, a missão de traumatizar no terror tem sido cada vez mais complicada. E Premonição tinha uma dificuldade ainda maior, pois não tem um vilão, fisicamente falando. A morte é a ameaça central da saga. E olha, é uma morte impiedosa e que trabalha com requintes de crueldade (e criatividade, falaremos na sequência).

Com isso, são diversas cenas memoráveis. Quem nunca viu um caminhão de madeira e ficou ansioso para sair logo de perto – obrigado segundo filme. Ou aumentou o medo de avião por causa do primeiro longa. Isso sem contar as mortes elaboradas que são desenvolvidas, que nos fazem ter medo até de cozinhar com uma faca muito afiada.

Criatividade

O enredo de Premonição está longe da genialidade – e se complica quando tenta parecer mais inteligente do que é. Queremos ver mortes criativas e um enredo minimamente coeso. Com exceção dos segundo e quarto filmes, os demais nos entregam exatamente isso. Apelando para o body horror, com cenas chocantes, mas previamente pensadas com exatidão.

É difícil não se impressionar até hoje com essas sequências.

Simplicidade em Premonição

Tá, aqui é ‘chover no molhado’. 99,9% dos filmes de terror tem roteiros simplórios e poucos aprofundamentos. E, quase sempre, fazem disso um fator positivo. Mas Premonição é ainda mais básico: é a morte correndo atrás de vítimas perdidas. Pulando de morte em morte, com protagonistas tentando desvendar os mistérios. É isso.

Ainda que sofra com problemas de roteiros [muitos], não é raro se pegar imaginando o que aconteceria se aquele cenário fosse real.

Evolução rápida da tecnologia

Os anos 2000 foram cruéis com relação às mudanças tecnológicas. O que era novidade em 2001 (ano do primeiro filme), já parecia ultrapassado em 2007. Algo que não ocorria nos anos 70, 80 e 90, quando a evolução era mais gradual.

Premonição até sofre com estes problemas. Mas, exceto o quarto filme, que abusa dos efeitos especiais e do 3D, os demais longas ainda se mantém eficientes. Seja pela excelente maquiagem ou pelos efeitos práticos, a manutenção do impactos da sequências acontece, mesmo duas décadas depois.

Os semelhantes apodreceram como leite

Agora, talvez vale a pena procurar referências de outros filmes dos mesmos anos, para que você entenda o quanto Premonição é diferente destes. Vale para Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, Olhos Famintos e tantos outros.

Nesta semana é lançado mais um filme da saga, está curioso para ver se a produção mantém o bom nível dos antecessores? Confira a nossa crítica de Premonição 6: Laços de Sangue.

Sobre o Autor

Leonardo Pereira
Leonardo Pereira
Jornalista, 26. Repórter no Folha do Mate, podcaster no Na Tabela e HTE Sports. Pitacos sobre cinema e cultura pop no Entre Sinopses.